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Linguagista

Definição: «Anunciação»

É fazer as contas

 

      Dizes, Porto Editora que a Anunciação é tanto a «mensagem do arcanjo Gabriel à Virgem» como o «dia em que se comemora esse acontecimento». E não erras — mas dizes pouco. Então e esse dia é segredo? Então não é o dia 25 de Março, exactamente nove meses antes do Natal? (E por isso na Coreia do Sul se comemora o aniversário tirando nove meses ao dia em que se nasceu.)

 

[Texto 16 012]

Léxico: «nervosidade»

É dos nervos

 

      O mestre acompanhou-nos à loja de artigos para belas-artes. Deteve-se muito tempo em frente do escaparate dos pincéis. «Não olhem apenas para o preço», preveniu-nos. «Isto vai durar-vos muito tempo.» Depois ensinou-nos que, para a pintura a óleo, a escala devia tender mais para a nervosidade. Neste ponto, entras tu, Porto Editora, que tens de dizer mais qualquer coisa no verbete nervosidade.

 

[Texto 16 011]

 

Léxico: «mediólogo»

Metade está feito

 

      Mais cedo ou mais tarde, parece-me óbvio que o neologismo mediólogo terá de ir para os dicionários. J. M. Nobre-Correia, que publicou agora a obra História dos Média na Europa (Editora Almedina), diz-se mediólogo. Não será o único. Tanto mais que, diacho!, os dicionários já acolhem mediologia mediológico.

 

[Texto 16 010]

Léxico: «circular»

Um pouco desfalcado

 

      Faltam milhares, como se prova a cada dia. Por exemplo, a mulher do nosso leitor *** (sim, gosto mesmo de asterónimos), «quando não estava a instrumentar, era circular – tinha a função de atender os pedidos dos médicos e da instrumentista, estando sempre atenta ao que se passa no campo operatório, mas livre para circular pela sala de operações». Nos dicionários? Nada. Outro exemplo ainda sem sairmos do verbete circular, e socorrendo-me tão-somente das palavras do mesmo leitor: «Já agora também não ficaria mal que o DLP da PE acolhesse a locução “circular do pescoço” ou “circular do cordão” – uma situação que por vezes põe em risco o nascituro.»

 

[Texto 16 009]

Léxico: «neoplasticismo | neoplasticista | magrittiano»

Três de uma vez

 

      «Isso é particularmente evidente na pintura de Helena de Almeida do início dos anos 70 que não rima imediatamente nem com as pinturas objetuais anteriores nem com uso da fotografia que fez depois; o mesmo se dirá em graus diferentes das telas de Rodrigo de meados de 50 e inícios de 60 de especulação neoplasticista; do Areal tétrico de 1955; de um Eduardo Luís mais subtil e menos ‘magrittiano’ ou de um desenho de Ana Hatherly onde assoma a figuração» («Razão e desvio», Celso Martins, «Revista E»/Expresso, 11.02.2022, p. 72).

 

[Texto 16 008]