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Linguagista

Definição: «querosene»

Aquece mais do que ilumina

 

      «Fretado pelo grupo petrolífero russo Novatek, o Ust Luga, matriculado em Hong Kong, transporta 95 mil toneladas de querosene com destino ao terminal da Esso em Åsgårdstrand, no sudeste da Noruega, tinha indicado a Greenpeace no comunicado. O petroleiro era originário da cidade russa que lhe dá o nome, situada perto de São Petersburgo, de acordo com o ‘site’ Marine Traffic» («Greenpeace bloqueia petroleiro russo durante várias horas na Noruega», Observador, 25.04.2022, 18h25).

      Na definição do dicionário da Porto Editora, querosene é a «mistura de hidrocarbonetos que resulta da destilação fraccionada do petróleo natural e se emprega como combustível para iluminação e para motores de reacção (turbinas)». A inglesa Ingoe Oils tem, sem favor, uma definição mais completa: «Kerosene is an oil, often called paraffin oil or heating oil that is used to power and fuel both industrial / commercial engines and machinery as well as powering domestic heating systems. Kerosene Oil is the UK’s most common form of fuel oil for properties reliant on oil for heating their homes.»

 

[Texto 16 224]

Léxico: «sub-bacia»

Ali para os lados de sub-bairro

 

      «A Feira está localizada na fronteira de duas grandes bacias hidrográficas, Douro e do Vouga, a que estão associadas diferentes sub-bacias como a do Uíma, Inha e da ribeira de Mosteiro ou do Cáster e do rio Ul. Nestas últimas é onde se verifica mais poluição» («Guardiões dos rios vigiam linhas de água na Feira», Salomão Rodrigues, Jornal de Notícias, 23.03.2022, p. 18).

 

[Texto 16 223]

Léxico: «fentanil»

E convém

 

      «El fentanilo es un potente opiáceo sintético. Se utiliza en los tratamientos contra el cáncer. En Estados Unidos, los traficantes lo cortan con heroína y cocaína. Un cóctel que ha provocado en aquel país en apenas dos meses 58 sobredosis y 29 muertos» («Fentanilo + heroína + cocaína», César Casal, La Voz de Galicia, 19.04.2022, p. 15). Está no dicionário da Porto Editora, mas não se diz nele que se trata de um opiáceo sintético, que é muito mais claro do que «opióide»: «FARMÁCIA forte opióide usado como analgésico e anestésico».

 

[Texto 16 222]

Léxico: «policontusão»

Também temos

 

      «Ante el horror del público, entre los que se encontraba el alcalde de Arbo, la orquesta dejó de tocar y los músicos quedaron paralizados. Una médica, que asistía como espectadora, subió al escenario y socorrió al lesionado, que tenía policontusiones y estaba inconsciente» («Un acróbata de la orquesta Olympus cae desde seis metros de altura en la verbena de Arbo», E. V. Pita, La Voz de Galicia, 25.04.2022, p. 7). Também cá se usa o vocábulo policontusão, que, contudo, não vejo em nenhum dicionário.

 

[Texto 16 221]

Mais fácil é «psicomimético»

Fazem eles bem

 

      «[Agentes psicomiméticos] Son compuestos muy activos que afectan al sistema nervioso central por estímulo o depresión y producen trastornos del comportamiento. Los depresivos causan confusión mental y conductas autodestructivas, mientras que los estimulantes producen alucinaciones, paranoia y profundos cambios de comportamiento» («Los efectos que provocan las armas químicas en el cuerpo humano», L. Miyara, La Voz de Galicia, 14.04.2022, p. 5). Mimetizando o inglês, os nossos dicionários registam psicotomimético, mas o que vemos é que em inúmeros escritos académicos em língua portuguesa se usa a variante, que aqui proponho, psicomimético. Mimetizando? Até em inglês se regista a variante psychomimetic, em qualquer língua de mais fácil pronunciação.

 

[Texto 16 220]

Léxico: «artes caladas»

Calados estão os dicionários

 

      «O plano da gestão da pesca do polvo analisará temas como o período de defeso para a espécie, o excesso de artes caladas no mar, a comunicação entre associações, bem como a necessidade da sua valorização e a fiscalização, enumerou a coordenadora de Oceanos e Pescas da ANP/WWF» («Cientistas e pescadores desenvolvem projeto para sustentabilidade da pesca do polvo no Algarve», Observador, 26.03.2022, 18h35).

 

[Texto 16 219]

Léxico: «emascaramento»

Também existe

 

      «A nível social, é também nos momentos de crise, e das inevitáveis mudanças que acarretam, que vemos muitas máscaras caírem e novas máscaras serem afiveladas. A Revolução de 25 de Abril de 1974, que hoje celebramos, ao desencadear uma rutura profunda com o passado, foi um momento de desmascaramento, mas também de novos emascaramentos. Caíram, e. g., as máscaras dos denunciantes, dos agentes da PIDE-DGS e dos informadores, mas também as máscaras de muitos lutadores pela liberdade e dos que viviam na clandestinidade ou no exílio» («O cair das máscaras», Margarita Correia, Diário de Notícias, 25.04.2022, p. 26).

 

[Texto 16 218]

Norte contra Sul

Descubra as diferenças

 

      «Revolução é bem vista, estado do país não tanto» (João Vasconcelos e Sousa, Diário de Notícias, 25.04.2022, p. 8). «Revolução é bem-vista, estado do país não tanto» (João Vasconcelos e Sousa, Jornal de Notícias, 25.04.2022, p. 8).

 

[Texto 16 217]

Léxico: «interfone | interfonista»

Seja como for

 

      «Para Mário Correia, o mais surpreendente nesta ‘Grande Aventura’ foi a coragem física e psicológica de Gago Coutinho e Sacadura Cabral: “Dois maduros metem-se em 1922 num cangalho de madeira e tela que não era fechado e aí vão eles, com duas bússolas – uma à frente e outra atrás – não tinham sistema de interfonista e por isso não podiam comunicar. Escreviam num papelinho e davam para o da frente ler. É inimaginável hoje”, conta o autor de ‘A Grande Aventura’» («Uma travessia que ficou para a História», Marta Martins Silva, «Domingo»/Correio da Manhã, 24.04.2022, p. 31). Estará certo, «sistema de interfonista»? Hum... Seja como for, não se encontram no dicionário da Porto Editora, excepto interfone num bilingue.

 

[Texto 16 216]