Não é nada disso
Voltemos um pouco atrás, de novo aos picadores na Guerra Colonial. É claro que a acepção dicionarizada pela Porto Editora não corresponde à que encontramos no excerto que citei. «No caso de serem as minas a principal ameaça, a situação complicava-se e, de modo geral, a unidade organizava-se do seguinte modo: um grupo de “picadores” seguia à frente, a pé, procurando detectar as minas com uma fina vara de aço, a “pica”, ou, mais raramente, com detectores de minas, grupo que era, por vezes, protegido por outro que seguia nos flancos, de modo a evitar que esses homens sofressem ataque directo» (Guerra Colonial, Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes. Lisboa: Editorial Notícias, 2000, p. 406). Aliás, bastava lembrar que, por sugestão minha, a 18 de Setembro de 2020, já a Porto Editora acrescentara esta acepção a pica: «MILITAR, HISTÓRIA gíria vara de metal usada pelos soldados portugueses durante a Guerra Colonial (1961-1974) para detectar a presença de minas explosivas no solo». Se também se chama picador à «pessoa que, munida de catana, faca ou instrumento semelhante, abre uma picada (caminho estreito através do mato)», isso não sei. Ainda não sei.
[Texto 16 339]