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Linguagista

Léxico: «meio-sorriso»

É verdade que sim

 

      «Parecia outro; a sua figura esbelta e nobre tinha despido a rude e severa expressão que sempre reflectia; ao seu meio-sorriso sarcástico tinha sucedido a mais radiante auréola de íntima felicidade» (Paulo, o Salteador, Arnaldo Gama. Lisboa: Livraria Tavares Martins, 1936, p. 90). Reconheço, faz todo o sentido grafar-se — e dicionarizar-se — desta maneira.

 

[Texto 16 929]

Léxico: «clérgima»

Colarinho clerical

 

      «À sua esquerda via o secretário-geral do Conselho Mundial de Igrejas, o representante do Assembleia Mundial de Jovens Muçulmanos e o presidente da Federação Mundial Luterana, que usava clérgima» (O Mundo Não Tem de Ser Assim, Pedro Latoeiro e ‎Filipe Domingues. Alfragide: Casa das Letras, 2022, 3.ª ed., p. 444).

      Clérgima. Muito bem. Claro que sei de onde vem. O mais próximo a que o dicionário da Porto Editora chega é... alergia. O que está longe de estar muito bem — situa-se mais no extremo oposto — é a revisão desta obra. E já vai na 3.ª edição. Reedição é como quem diz... O mundo não tem de ser assim, mas é.

 

[Texto 16 928]

Grafia: «voz-off»

Nada disso

 

      «Pormenor sintomático: não encontramos, aqui, uma daqueles [sic] vozes-off mais ou menos “descritivas”, redundantes e monótonas, que acabam por reduzir os materiais de arquivo a lugares-comuns “enciclopédicos”» («Ser ou não ser David Bowie», João Lopes, Diário de Notícias, 15.09.2022, p. 26).

      Nada, isto não se faz assim: se metade é português, é como se todo o vocábulo composto fosse português: voz-off, vozes-off.  Naturalmente, é assim com este e com todos os termos híbridos.

 

[Texto 16 927]