Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Linguagista

Obrigado, obrigada

Ela aprendeu

 

      «‘La Noche de Anoche’, sedutora colaboração com Bad Bunny, foi apresentada bem juntinho do público e em dueto com quem se quis juntar a ela, entre bandeiras portuguesas e espanholas, num momento de comovente partilha ibérica. ‘Diablo’ chegou com Rosalía sentada numa cadeira de barbeiro, enquanto recebia alguns retoques no cabelo e na maquilhagem, seguindo depois, sozinha ao piano, pela intensidade minimalista de ‘Hentai’. “Obrigado por serem tão carinhosos comigo”, agradeceu, antes de nova viagem ao passado para ‘Pienso En Tu Mirá’ e uma versão de ‘Perdóname’, clássico do reggaeton das panamenses La Factoría» («Rosalía incansável, até ao ‘olé’ final, na Altice Arena: houve duetos com os fãs, sentiu-se o flamenco e até lágrimas lhe caíram», Mário Rui Vieira, Blitz/Expresso, 28.11.2022, 3h14).

      Mentira: eu estava lá (Balcão 1, F-26), pude ouvir e Rosalía sempre disse «obrigada» — demonstrando assim que aprendeu, ao contrário do jornalista do Blitz. É triste, mas é assim. E até pensei, quando a ouvia: «Quantos portugueses — jornalistas, professores, tradutores, etc. — não erram nisto?»

 

[Texto 17 310]

«O que não se nomeia não existe»

Fazem pior

 

      «Circula desde hace años una aseveración atribuida a George Steiner (1929-2020) según la cual “lo que no se nombra no existe”. Pero albergo dudas sobre su autenticidad, pese a que integrantes del actual Gobierno y otras personas relevantes se la adjudican con frecuencia a ese filósofo cuando hablan sobre lenguaje sexista y defienden duplicaciones como “ciudadanos y ciudadanas” o “niños y niñas”. [...] Por tanto, no se puede sostener literalmente y para todos los casos que “lo que no se nombra no existe”. Quizás lo dijera Steiner, aunque yo desconfíe de que sea cierto. Pero si lo hizo, estaba equivocado» («Una cita de veracidad dudosa», Álex Grijelmo, El País, 27.11.2022, p. 12).

      Não é que faltem, entre nós, toscos que dizem o mesmo, mas nunca vi essa falsa atribuição de autoria. Pelo menos isso.

 

[Texto 17 309]

«À mesma hora»

Francamente...

 

      Como é que uma tradutora com três décadas de actividade pode escrever que «o homem foi morto há mesma hora que *** estava a ser vigiado»? Será que também escreveria «o homem foi morto hao mesmo tempo que *** estava a ser vigiado»? Dá vontade de chorar.

 

[Texto 17 308]