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Linguagista

«Em estado de dicionário»

A diferença está no artigo

 

      «Aliás, é por isso [por a língua pertencer «mais aos feirantes de todos os dias do que aos gramáticos»] que falamos “açúcar” e “algodão” —e não “súcar” e “cotão”—, enquanto ingleses falam “sugar” e “cotton”, e os franceses, “sucre” e “coton”. Nas línguas da Península Ibérica, durante os 700 anos de ocupação muçulmana, as palavras vindas do árabe foram absorvidas de ouvido, pelas camadas populares, nas feiras livres, barganhando preços, e o artigo acabou vindo junto, confundido com parte da palavra. Já no inglês e no francês, as palavras árabes entraram através das camadas mais cultas, por escrito, “em estado de dicionário”, na expressão do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade» («‘Latim em Pó’, de Caetano Galindo, narra gênese da língua portuguesa a partir de suas raízes vulgares», Alex Castro, Folha de S. Paulo, 4.03.2023, p. C7).

 

 

[Texto 17 859]

Léxico: «lamarckiano»

A par de «lamarckista»

 

      «Valorizando a obra de Darwin, Bombarda é crítico da selecção natural, acrescentando mesmo que “as ideias lamarckianas dominam a ciência em toda a doutrina do transformismo”» (A Psiquiatria em Portugal nas Primeiras Décadas do Século XX: Protagonistas, José Morgado Pereira. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2020, p. 121).

 

[Texto 17 857]

Léxico: «calças-de-cuco | abelhinha»

São orquídeas, senhores

 

      «À sombra da velha oliveira, os dois homens falam do tempo como se estivessem a viajar pela história. “Quando era gaiato, no início de Março, já havia calças-de-cuco e abelhinhas [orquídeas selvagens], chovia no Inverno e a Primavera fazia despontar a natureza”, diz o alentejano, deixando uma pergunta no ar: “Dizem por aí que o jardim vai ser inaugurado pelo general Ramalho Eanes, é verdade?” Fernando Santos Pessoa desfaz as dúvidas» («Estas plantas mediterrânicas homenageiam quem por elas lutou», Idálio Revez, Público, 9.03.2023, p. 18).

 

[Texto 17 855]