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Linguagista

Léxico: «registando», entre muitas outras

Jo, Cris, Rafa, Alex...

 

      O Parlamento aprovou na passada sexta-feira, em votação final global, um diploma que permitirá às pessoas escolher um nome neutro, eliminando a actual obrigatoriedade de os nomes próprios terem de ser identificados com o sexo masculino ou feminino. E pronto, agora os nomes próprios já podem suscitar dúvidas sobre o sexo do registando... Não herdámos os nomes e pronomes neutros, mas eis que a gramática começa a perder. Assim, se já registas, Porto Editora, binariedade/binário, ageneridade/agénero e até bigénero, não acolhes ainda os novos termos que já por aí andam (no domingo, todos estes foram usados numa reportagem na SIC Notícias), como bigeneridade (este ficou de fora por mera distracção), trigeneridade/trigénero e demigeneridade/demigénero. Para já. Quando houver desenvolvimentos, aviso.

 

[Texto 19 223]

Etimologia: «matrescência»

Para ela, já será tarde

 

      «En los años 70, la antropóloga Dana Raphael acuñó el término matrescencia para describir la transformación física, emocional y social que experimenta una mujer al convertirse en madre» («El embarazo altera el cerebro de la mujer y la transformación se mantiene seis años», R. Ibarra, ABC, 6.01.2024, p. 36).

       Vem, de facto, como se lê no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, do inglês matrescence, mas ficou no tinteiro informação preciosa que poderia levar o falante mais longe. Não que a antropóloga Dana Raphael agradeça, pois já faleceu (1926-2016), mas agradece o falante, o leitor. A obra em que propôs este conceito tem o título Being Female: Reproduction, Power and Change e foi publicada mais precisamente em 1975.

 

[Texto 19 222]