Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Linguagista

Etimologia: «ecodesenvolvimento»

Afinal, não é obra de linguistas

 

       «Um dos economistas que ajudaram a elaborar a declaração final da Conferência das Nações Unidas de Estocolmo, de 1972, Sachs é conhecido por cunhar o termo “ecodesenvolvimento”, que prevê a integração das dimensões econômicas, sociais e ambientais no planejamento do desenvolvimento» («Morre aos 96 o socioeconomista Ignacy Sachs [1927-2023]», Ana Carolina Amaral, Folha de S. Paulo, 4.08.2023, p. A26). A propósito: anda por aí outra a fazer caminho: «Musicalmente poliglota, Peter Gabriel vintage: “I/O”, primeiro álbum em 21 anos, é panteísmo pagão serenamente ecomilitante» («Ecos do futuro», João Lisboa, «Revista E»/Expresso, 24.11.2023, p. 58). Já veremos se se impõe.

 

 

[Texto 19 242]

Léxico: «tifinague | tamazigue | tamaxeque»

Alfabetos africanos

 

      «O alfabeto tifinague é utilizado para escrever várias línguas berberes como o tamazigue e o tamacheque nas áreas de influência desta cultura no Sara. A sua forma mais antiga data do século III a. C. e foi utilizada em todo o Norte de África até ao fim da época romana. Actualmente, a sua utilização é também o reconhecimento da milenar cultura berbere nativa do Norte de África contra a cultura árabe» («Alfabetos criados em África», Carlos Micó Tonda, Além-Mar, Fevereiro de 2022, p. 54).

 

[Texto 19 241]

Léxico: «amescla | paraju»

De novo no Brasil

 

      «Com o financiamento que obtém, usa-o para a construção da sua aldeia no Sul do estado da Bahia, a plantação de 60 mil árvores como o jatobá, a amescla, os ipês de várias cores, o ingá, o paraju e a recuperação de dois rios, num trabalho de restauro da natureza» («Para o ouro e o diamante “chegarem aqui, muitos irmãos morrem lá”», Nicolau Ferreira, Público, 6.07.202, p. 26).

 

[Texto 19 240]

Léxico: «jantar-comício»

Ainda anteontem a usei

 

      «Há longos anos que as campanhas não se ficam pelas já gastas arruadas, jantares-comício, périplos pelo país e entrevistas fofinhas nas televisões. As redes sociais tornaram-se uma ferramenta poderosa para a conquista do eleitorado, até porque grande parte dele não consome informação noutros meios. Tal como dizia o importante teórico da comunicação Marshall McLuhan, o meio é a mensagem» («Engana-me que eu gosto», Manuel Molinos, Jornal de Notícias, 29.12.2023, p. 2).

 

[Texto 19 239]

Léxico: «sófora-do-japão | figueira-da-baía-de-moreton | zelkova | robínia»

Ainda não acabámos

 

      «Um bom exemplo da facilidade com que espécies exóticas se adaptam às condições existentes em Portugal é-nos dado pelas árvores classificadas de Lisboa, uma lista em que se incluem espécies como o dragoeiro (com origem nas florestas das ilhas atlânticas e típico da floresta Laurissilva), a sófora-do-japão (com origem na China), a acácia-de-folhas-longas (nativa do Sudeste da Austrália), a figueira-da-baía-de-moreton (também australiana), a tipuana (originária da América do Sul), a zelkova (do Extremo Oriente), o cedro-do-himalaia (típico da maior cordilheira montanhosa do planeta, onde se dá a altitudes entre os 1500 e 3200m), a robínia (América do Norte) e diversos catos» («Visitantes indesejados que vieram para ficar», Luís Francisco, «Revista E»/Expresso, 5.01.2024, p. 30).

 

[Texto 19 238]

Léxico: «gipso»

Não o vão encontrar

 

      O gipso é hidrossolúvel, diz o responsável pelo restauro de uma gruta artificial em Margate. Há mais do que uma? Bem, então é a Shell Grotto. Está bem, mas não seria melhor traduzirem por «gesso»? Gipso, diz a Porto Editora, é o «pó branco e seco chamado vulgarmente gesso de Paris», mas o verbete dicionarizado é gesso-de-paris. Lapsos...

 

[Texto 19 237]