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Linguagista

Léxico: «ceroplastia»

Amputado

 

      «“Como el Hospital San Juan de Dios era una referencia en dermatología, empezó a encargar representaciones de cera que permitieran a los alumnos ver cómo afectaban al cuerpo las diferentes dolencias. El resultado fueron estas ceroplastias o ‘moulages’”, sentencia Maruri. La solución aportaba color, textura y permitía a los estudiantes no turbar a los enfermos. A cambio, necesitaba del talento y la pericia de un buen escultor» («El horror médico que se esconde en las grutas de la Complutense», Manuel P. Villatoro, ABC, 2.04.2024, p. 10). E qual é a lógica de ceroplastia só estar no Dicionário de Termos Médicos e num bilingue (!) e os termos da mesma família estarem no dicionário geral?

 

[Texto 19 578]

Definição: «acácia | mimosa»

Para ficar claro

 

      «Numa das margens do Rio Sousa, por onde há mais de um século corria a linha férrea que servia para o transporte do carvão extraído da Mina de Midões, existe hoje um trilho pedestre de pouco mais de cinco quilómetros que tem nos recuperados Moinhos de Jancido um dos atrativos principais e atravessa uma das florestas ripícolas (ou ribeirinhas) que resistem na Área Metropolitana do Porto. Entre amieiros, freixos e salgueiros típicos destes ecossistemas, consegue notar-se também a presença de espécies exóticas, como a vegetação de acácias, vulgarmente conhecidas por mimosas, sinal da vulnerabilidade destes ambientes a ameaças invasoras» («Ao fim de três anos, florestas ribeirinhas ainda não recuperaram do trauma de uma seca extrema», Rui Frias, Diário de Notícias, 1.04.2024, p. 11). 

      Porto Editora, faz as remissões mútuas nos verbetes acácia e mimosa, para não haver dúvidas.

 

[Texto 19 577]

Grupo zero, pois claro!

Façamos a nossa parte

 

      «Se chama “tipo O” ao grupo sanguíneo, saiba que está incorreto. A designação correta é “grupo 0 (zero)”, como recordou à Renascença um especialista de hematologia. Segundo o diretor do Departamento de Hematologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Manuel Abecasis, a “nomenclatura ‘grupo O’ foi erradamente popularizada entre os portugueses”. “A designação correta é ‘grupo 0’ e não ‘grupo O’, por uma razão simples. Consideramos ‘grupo A ou B’ quando os glóbulos vermelhos têm na sua membrana uma substância do ‘tipo A ou B’. O ‘grupo 0’ não tem na sua constituição nem ‘A’ ou ‘B’, portanto, tem zero”, explica o especialista. “O erro é comum, mas na área da saúde sempre designamos este tipo de sangue como ‘grupo zero’”» («Sabia que é errado dizer sangue do “grupo O”? “Grupo Zero” é o correto», Rádio Renascença, 27.03.2024, 13h17).

      E eu não chamei aqui a atenção para isto? Chamei. Pelo menos nos dicionários tem de estar correcta a designação — deixemos o erro ou a forma vulgar para os coitados. Ou, vá, indiquemos a forma incorrecta, vulgar, mas contribuamos para divulgar a correcta.

 

[Texto 19 576]

Léxico: «ideolinguista»

Mais do que línguas, mundos

 

      «[Mark] Rosenfelder explica que crear una lengua completa para una novela o una serie no siempre es necesario, aunque “puede añadir atractivo y realismo”. Pero hay miles de ideolingüistas que construyen lenguas solo por placer y sin pensar en que puedan terminar en una película o un libro. Comparten sus creaciones en foros, donde reciben comentarios de otros ideolingüistas para mejorar su trabajo, y a menudo se inician con la guía on line de Rosenfelder» («Cómo crear una lengua para una historia de ficción», Jaime Rubio Hancock, El País, 31.03.2024, p. 53).

 

[Texto 19 575]

Léxico: «joaninha-asiática»

Mais uma invasora

 

      «O marido de Rita Gigante chegou a ter receio de que os espécimes que visitaram o jardim da família fossem joaninhas-asiáticas (Harmonia axyridis), considerada uma espécie invasora. “Cheguei a tirar fotos e ampliar as imagens – mas aquilo que vi não me parecia de todo uma joaninha-asiática, que é mais alaranjada e tem uma mancha negra na forma da letra M”, explica» «Também viu joaninhas este fim-de-semana?», Andréia Azevedo Soares, Público, 25.03.2024, 16h59).

 

[Texto 19 573]

Léxico: «estilha»

Mais bem definida

 

      «O recurso a ervas nativas ou semeadas com propriedades para atraírem insectos ou fixarem nitrogénio no solo é hoje prática corrente. O uso de plantas que atraem predadores das pragas é hoje estudado e aplicado. Os subprodutos das podas ou a estilha gerada pelas plantas que acabam o seu ciclo de produção são utilizados como adubo natural para as plantas» («A agricultura portuguesa mudou e anda à procura de ser sexy», Manuel Carvalho, Público, 31.03.2024, p. 21). A estilha usada em agro-pecuárias, para revestimento do pavimento e aquecimento, em que se usam pequenos pedaços de pinho com 3 a 10 cm de comprimento, não está especificamente nos dicionários. E devia.

 

[Texto 19 572]