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Linguagista

Léxico: «bandeirista»

Falemos sobre o maracatu

 

      «Gil começou como bandeirista, carregando o estandarte. Mas, em uma terça-feira de Carnaval, revelou seu dom ao ser ouvida cantar no banho pelas colegas. Logo, recebeu a missão de estudar para ser mestra. Aprendeu a guiar as evoluções, como manda a tradição, com a bengala e o apito» («Foi a primeira mestra de maracatu rural», Adriano Alves, Folha de S. Paulo, 2.04.2024, p. B4). Pois, não, os nossos dicionários não registam este bandeirista, que é a responsável por segurar a bandeira do maracatu.

 

[Texto 19 590]

 

 

P. S.: Só ontem é que vi que já registaste o termo rinosseptoplastia, infelizmente apenas no Dicionário de Termos Médicos. Portanto, se se mostrar necessária uma rinoplastia, é com o dicionário geral; já se for uma rinosseptoplastia, tem de ser com o dicionário especializado. Tem um ponto final a mais: «Intervenção cirúrgica para corrigir deformações do septo nasal e da pirâmide nasal, com a finalidade de melhorar as condições respiratórias e/ou melhorar a estética.; septorrinoplastia». Ah, mas ainda falta ceroplastia.

 

 

Léxico: «multianual»

Obrigado, Jens

 

      «O secretário-geral da NATO anunciou hoje um “quadro financeiro multianual” de apoio à Ucrânia, sem revelar o valor, para que o país invadido dependa “menos de contribuições voluntárias e haja um compromisso” da Aliança Atlântica» («Stoltenberg anuncia quadro financeiro multianual da NATO para apoio à Ucrânia», Expresso, 3.04.2024, 10h40).

 

[Texto 19 589]

Léxico: «exómico»

Relativo a exoma

 

      «A descoberta mais proeminente da equipa de Clyde Francks nesta nova investigação dá pelo nome de TUBB4B, um gene cuja presença torna mais provável a existência de variantes genéticas que originam canhotos. Este gene é responsável por uma proteína que se integra em filamentos dentro das células, chamados microtúbulos, e que funcionam como uma espécie de esqueleto interno dessas células. “Ajudam a controlar as formas e os movimentos das células”, diz o neerlandês. E há variantes exómicas (ou seja, que codificam ou formam proteínas) no gene TUBB4B que são 2,7 vezes mais comuns em canhotos do que em destros» («Como se faz um canhoto? O que a ciência já sabe sobre o assunto», Tiago Ramalho, Público, 3.04.2024, p. 27).

 

[Texto 19 588]

Léxico: «treliçado»

Ah, sim, o adjectivo

 

      «Desta vez, a vulnerabilidade da ponte Francis Scott Key, em Baltimore, foi desafiada pelo impacto do navio cargueiro Dali (construído em 2015 com cerca de 300 metros de comprimento e cerca de 100 mil toneladas) num dos dois pilares principais. Com a destruição de um dos pilares de apoio, a superestrutura treliçada contínua em aço não teve capacidade de redistribuição de esforços e caiu ao rio» («As primeiras lições da ponte de Baltimore», Elói Figueiredo [professor catedrático, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias], Público, 2.04.2024, p. 9).

 

[Texto 19 587]

Léxico: «charrar(-se)»

Outros tempos

 

      «Cascais era muito pacata durante o inverno. Passava os dias em Lisboa. Namorava na altura o pintor António Mendes, que me deu a conhecer um grupo de jovens intelectuais da época, das várias artes, todos eles antirregime. Foi também nesse meio que ouvi pela primeira vez falar de política. Era uma freak, frequentadora do VanGogo em Cascais e do Ad Lib em Lisboa e de festas em casas de amigos com quem me charrava e divirta muito» [conta Maria João Ortigão Ramos, decoradora]» («Onde eu estava», Alexandra Tavares-Teles, Diário de Notícias, 30.03.2024, p. 3).

 

[Texto 19 586]