Léxico: «mainato»
Muito ficou esquecido
«O meu pai nasceu em África, tinha, por isso, alguns parentes em Moçambique. Fui recebida numa casa simpática, com cozinheiro e mainato (o rapaz negro que fazia recados, tratava da roupa e tomava conta das crianças). Mas as saudades eram muitas. Trocava com o meu pai cartas diárias. Oito e nove páginas de desabafos e descrições do que fazia. Desde logo, as aulas no liceu de Nampula – onde, entretanto, me empreguei e me chamavam, por muito as minhas fossem pelo joelho, professora minissaia» [conta Estela Marta da Cruz, antiga professora]» («Onde eu estava», Alexandra Tavares-Teles, Diário de Notícias, 14.04.2024, p. 3). Primeiro que tudo: mainato é um termo português, Alexandra Tavares-Teles, não tem se ser grafado em itálico. Depois, e mais importante, Porto Editora, havia mainatos não apenas em Moçambique, mas igualmente na antiga Índia Portuguesa e em Angola. Mais: o termo mainato também designa várias aves.
[Texto 19 634]