Ele é mais do que isso
«O aquamanil “Caquesseitão” – objeto de prata utilizado para lavagens rituais das mãos que representa uma ave fantástica” – levado a leilão na noite desta segunda-feira, foi vendido por 85 mil euros. Um valor ligeiramente superior ao patamar mínimo de licitação, fixado em 80 mil euros, no catálogo da leiloeira Veritas, que levou a peça à praça» («O aquamanil que esteve para ser classificado foi vendido, mas fica em Portugal», Christiana Martins, Expresso Diário, 28.05.2024, 19h30).
É certo que o encontramos no dicionário da Porto Editora, mas a profusão de pormenores de Fernão Mendes Pinto é muito maior, pois diz que o caquesseitão é «do tamanho de hũa grande pata, muyto pretos, conchados pelas costas, com hũa ordem de espinhos pelo fio do lombo do comprimento de hũa penna de escreuer, & com azas de feição das do morcego, co pescoço de cobra, & hũa vnha a modo de esporaõ de gallo na testa, co rabo muyto comprido pintado de verde & preto, como saõ os lagartos desta terra». (Espero que apreciem devidamente as ligaturas, assim como o til onde deve ser, em cima do u de hũa — e não ao lado, «h~ua», como o vejo por aí. Dificuldades...)
[Texto 19 840]