Léxico: «faladura | botar faladura»
Lá nos esquecíamos disto
«Era verdade que as desavenças eram frequentes, como também era verdade que os seus cheiros não tinham nada em comum — ele só cheirava a porcaria e a suor macho, ela cheirava a uma mistura de sabonete de lilás, creme facial Pond’s e pasta dentífrica com sabor a hortelã; mas quando aquela Mom-san com sessenta e oito anos em cima tocava a botar faladura, mantinha-se firme e imperturbável fosse com quem fosse e, mal rompia num dos seus intermináveis monólogos, depressa se percebia por que razão o seu rebento batera tantos recordes no atletismo de língua» (Timbuktu, Paul Auster. Tradução de José Vieira de Lima. Alfragide: BIS/Leya, 2022, p. 31).
[Texto 19 912]