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Linguagista

Léxico: «gota»

Como o nobiliário

 

      No último episódio de Tão Longe, Tão Perto, na Antena 1, Fernando Alves foi ao encontro de Desidério Afonso, director do Rancho Folclórico de Dem, de quem Pedro Homem de Mello dizia que era «o melhor dançarino do Alto Minho». Grande conhecedor do folclore da serra d’Arga, Desidério Afonso falou de uma dança que por ali é praticada — a gota. Lê-se /gòta/, como o famigerado nobiliário Gotha. Não está em nenhum dicionário. É uma dança popular portuguesa, bailada no Minho, que não apenas em Dem, e com semelhanças com o vira, mas mais viva, mais dinâmica.

 

[Texto 19 987]

Léxico: «subtractor»

Migração

 

      Um subtractor é um circuito digital (mas também há subtractores analógicos) utilizado para realizar a operação de subtracção entre números binários. Existem dois tipos principais de subtractores, mas isso fica para a próxima. Por ora, Porto Editora, contentemo-nos em levar subtractor do único bilingue que o regista para o dicionário geral.

 

[Texto 19 986]

Léxico: «Hádico | Eoarcaico»

Trânsfugas dos dicionários

 

      «Embora seja mencionada no artigo científico publicado na Nature Geoscience, a discussão sobre o aparecimento da vida no planeta ainda navega no reino da especulação. Até porque, como concluem nesse mesmo texto, “encontrar provas de vida no Hádico e no Eoarcaico [outro grande intervalo geológico entre há 3600 milhões de anos e há quatro mil milhões de anos] continua a ser um desafio no nosso planeta geologicamente activo”» («Água doce terá surgido apenas 600 milhões de anos após formação da Terra», Tiago Ramalho, Público, 4.06.2024, p. 29).

 

[Texto 19 985]

Léxico: «bolinhas»

Ai que ficamos sem palavras

 

      «Apitei. O telefone não dá apenas chatices, sendo a chatice-mor as contas galopantes: dá também para combinar uns petiscos em tarde azul. A minha cara-metade a acompanhar-me no bolinhas, não vá um tipo tresmalhar-se nos regalos e na pingoleta. Já ao curvetear no Espinheiro, em terras marónicas de Candemil, o verde-terra me acariciou. E na rampinha do restaurante o casal Miranda a receber-nos de braços abertos. Dos sinceros, não dos parlamentares, ainda que estivéssemos na celeste parvónia do eloquente António Cândido, deputado dos quatro costados» (Tradições Populares II, António Cabral. Lisboa: INATEL, 1999, p. 78).

 

[Texto 19 984]

Léxico: «elefante-pigmeu-de-bornéu»

Outro mês, outras palavras

 

      «Atualmente, existem cerca de 1.000 elefantes do Bornéu em estado selvagem. A população diminuiu nos últimos 75 anos, principalmente devido à desflorestação extensiva nas florestas do Bornéu, que destruiu grande parte do seu habitat» («Mais de 45 mil espécies de animais e vegetais estão em risco de extinção», Marta Pedreira Mixão, Rádio Renascença, 27.06.2024, 19h34). Na realidade, o nome é elefante-pigmeu-de-bornéu (Elephas maximus borneensis), e não mora nos nossos dicionários.

 

[Texto 19 983]