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Linguagista

Léxico: «durindana»

A própria e outra qualquer

 

      Então, agora a lendária Durindana desapareceu da vilazinha occitânica de Rocamadour, no Sudoeste de França. Apesar de estar acorrentada a uma rocha a vários metros de altura, foi roubada. Segundo a lenda, o cavaleiro Roldão (ou Rolando ou Orlando) empunhou a Durindana, que era indestrutível e podia cortar pedra. Roldão tentou quebrar a espada antes de morrer para impedir que ela caísse nas mãos do exército dos sarracenos e lançou-a para um vale, onde se incrustou no penhasco e permaneceu por mil e trezentos anos. Não muito diferente da lenda arturiana, em que um jovem rei Artur retira a espada Excalibur de uma rocha em que estava presa.

      Agora nós, Porto Editora: se dizes que Excalibur é o «nome da espada mística do rei Artur», também tens de passar a dizer que Durindana era o nome da espada de Roldão (ou Orlando ou Rolando, e isto é importante), um dos doze pares de Carlos Magno. Para isto, é preciso duas acepções, uma com maiúscula, a própria espada lendária, e outra em minúscula, durindana, que é qualquer espada grande, espadão.

 

[Texto 20 015]

Léxico: «returno»

Tinha de ser

 

      «Se a esquerda e o centro se entenderem e conseguirem forjar alianças estratégicas nos distritos (no sistema francês, disputam o returno todos os candidatos que obtiveram mais de 12,5% dos votos), poderão reduzir o prejuízo e eventualmente evitar a ascensão de um primeiro-ministro da RN. Qualquer cenário representa uma derrota fragorosa para Macron, que não precisava ter antecipado o pleito» («Aposta errada», Hélio Schwartsman, Folha de S. Paulo, 2.07.2024, p. A2). Até está no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, mas diz respeito apenas ao desporto.

 

[Texto 20 014]