Léxico: «durindana»
A própria e outra qualquer
Então, agora a lendária Durindana desapareceu da vilazinha occitânica de Rocamadour, no Sudoeste de França. Apesar de estar acorrentada a uma rocha a vários metros de altura, foi roubada. Segundo a lenda, o cavaleiro Roldão (ou Rolando ou Orlando) empunhou a Durindana, que era indestrutível e podia cortar pedra. Roldão tentou quebrar a espada antes de morrer para impedir que ela caísse nas mãos do exército dos sarracenos e lançou-a para um vale, onde se incrustou no penhasco e permaneceu por mil e trezentos anos. Não muito diferente da lenda arturiana, em que um jovem rei Artur retira a espada Excalibur de uma rocha em que estava presa.
Agora nós, Porto Editora: se dizes que Excalibur é o «nome da espada mística do rei Artur», também tens de passar a dizer que Durindana era o nome da espada de Roldão (ou Orlando ou Rolando, e isto é importante), um dos doze pares de Carlos Magno. Para isto, é preciso duas acepções, uma com maiúscula, a própria espada lendária, e outra em minúscula, durindana, que é qualquer espada grande, espadão.
[Texto 20 015]