Linguagista

Volto amanhã

      «A Polícia Judiciária desmantelou um grupo organizado responsável por diversas atividades de cibercrime. Três suspeitos foram detidos após 21 buscas domiciliárias, na operação denominada “#PINSp@m”» («Receitas para droga e certificados de óbito. Apanhado cibergrupo que acedia a dados médicos», Daniela Espírito Santo, Rádio Renascença, 10.07.2024, 11h01).

[Texto 20 038]

Há quem não saiba

      Aguardo o dia em que os dicionários registem Casa da Democracia, esse outro nome para Parlamento ou Assembleia da República, que alguns políticos tanto gostam de usar. (Escrevi isto mesmo na aplicação da Uber, e a viagem era bem longa: a primeira morada que apresentava era a do Tribunal Regional Eleitoral em Cuiabá, Mato Grosso.)

[Texto 20 037]

Não um retoque, mas correcção

      O Ministério Público, diz a Porto Editora, é o «órgão do poder judicial, autónomo em relação aos demais órgãos do poder central, regional e local, com competência para exercer a acção penal, participar na execução da política criminal definida pelos órgãos de soberania, representar o Estado e defender a legalidade democrática, nos termos constitucionais». Será mesmo um órgão do poder judicial? Não é, e ainda anteontem o desembargador Eurico Reis disse peremptoriamente na CNN Portugal: «O Ministério Público não faz parte do poder judicial.» No mesmo debate, em que se analisava a entrevista da procuradora-geral da República, Francisco Rodrigues dos Santos disse o mesmo de outra forma: «O Ministério Público não é um órgão de soberania.» Esta mesma frase foi, entretanto, repetida, ipsis verbis, por um não jurista, por Rui Rio, subscritor do Manifesto dos 50.

[Texto 20 036]

Dinastia mítica e lendária

      Ah e tal, «entra na minha morada, ínclito cecrópida», disse Aqueloo a Teseu, «não te lances na avassaladora corrente». Cada um com os seus problemas: o nosso é cecrópida não estar nos nossos dicionários. (Fiquem, porém, descansados: o filho de Egeu anuiu.)

[Texto 20 035]

Esta é mais difícil

      Encontramo-la nas Metamorfoses, mas a harpe, um tipo de espada ou foice referida em fontes da Grécia e Roma antigas, sobretudo em obras de cariz mitológico, só está no VOLP da Academia Brasileira de Letras. A que Mercúrio ofereceu a Perseu era de ponta curva, com uma rebarba junto à ponta em forma de gancho dobrado no sentido do punho.

[Texto 20 034]