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Linguagista

Léxico: «amoreira-negra»

Com cores, já se sabe

 

      E a amoreira-negra (Morus nigra), ligada mitologicamente a Tisbe e a Píramo, onde pára ela, Porto Editora? Ah, pois, registas apenas amoreira-preta...

 

[Texto 20 103]

 

P. S.: Muito bem, já temos taekwondista. Para a gralha já alertei, mas fica aqui outra chamada de atenção: se no verbete do praticante grafam o desporto em itálico, no verbete de taekwondo também o têm de fazer.

 

Léxico: «planta»

Indesmentível

 

      Pelos vistos, usa-se mesmo, Porto Editora, e tanto no Brasil como cá: «Pode parecer coisa de ficção científica, mas é o que a empresa suíça Climeworks tem feito. O complexo, em operação desde 2021, leva o nome de Orca e foi a primeira planta de larga escala de captura direta de carbono da atmosfera —ramo conhecido como DAC, na sigla em inglês— do mundo. Ela é capaz de remover, todo ano, 4.000 toneladas de CO2 do ar, o equivalente às emissões anuais de 850 carros» («Startups eliminam toneladas de carbono, mas custo é entrave», Tamara Nassif, Folha de S. Paulo, 21.07.2024, p. 2). «Ao longo das três últimas décadas, Portugal contruiu uma rede de distribuição de gás. É a mais moderna da Europa e ainda tem um prazo de vida de +/- 50 anos. O que estamos a fazer, ao decidirmos pela visão exclusivista da eletricidade, é perder imenso valor. Portugal deveria, pois, progredir para um mix de gás natural, hidrogénio e biometano a introduzir progressivamente nessas redes e autorizar a construção de comunidades de energia com redes dedicadas à distribuição de gases renováveis a partir de novas plantas produtoras espalhadas pelo território» («Política energética – estaremos a aproveitar bem os recursos?», Ascenso Simões, Expresso Diário, 4.07.2024, 7h02).

[Texto 20 102]

 

Léxico: «arara»

Variedades de café

 

      «Trata-se de um café da variedade geisha cultivado pela Orfeu em São Sebastião da Grama (a cerca de 250 km de São Paulo). Ele foi um dos vencedores da edição brasileira do Cup of Excellence, concurso que é considerado um “Oscar dos cafés”. [...] Ele será vendido em conjunto com outro microlote, um café da variedade arara que venceu outro prêmio no ano passado —o prêmio Aroma, que não tem o prestígio do Cup of Excellence, mas que também elege alguns dos melhores cafés da safra brasileira. [...] O lote cuja saca bateu recorde de valor é da variedade geisha (ou gesha), tipo de café arábica que surgiu no vilarejo de Geisha, na Etiópia —não tem, portanto, nenhuma relação com as gueixas da cultura japonesa. Foi no Panamá, porém, que esta variedade de fato encontrou solo fértil e alcançou uma qualidade reconhecida mundialmente. Recentemente, ela foi introduzida no Brasil» («Café brasileiro leiloado por valor recorde chega ao mercado nesta sexta», David Lucena, Folha de S. Paulo, 27.06.2024, p. B8). Pelo menos arara, já que provém do tupi, não é?

[Texto 20 101]

Léxico: «preço-alvo»

Está num bilingue...

 

      «Mediobanca melhora recomendação e revê em alta de 10 cêntimos preço-alvo do BCP» (Ricardo Jesus Silva, Jornal de Negócios, 23.07.2024, 14h27). Sim, é ou parece intuitivo, mas para uma definição rigorosa temos de consultar os especialistas: «O preço-alvo de uma ação é uma estimativa do valor futuro que a ação pode alcançar num determinado período, geralmente nos próximos 12 meses. Este valor é determinado por analistas financeiros, que se baseiam numa variedade de dados e técnicas para chegar a uma previsão informada. O preço-alvo tem um papel relevante na análise de investimentos, pois pode dar aos investidores uma ideia da direção que o preço da ação pode tomar no futuro» (daqui).

[Texto 20 100]

Léxico: «benzoilecgonina»

Ao que se chegou...

 

      «Investigadores brasileiros identificaram a presença de cocaína no organismo de tubarões no litoral do Rio de Janeiro num estudo inédito publicados na revista científica Science of The Total Environment, informou terça-feira o Instituto Oswaldo Cruz. [...] Conduzido pelo Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental do Instituto Oswaldo Cruz, a sondagem identificou a presença de cocaína em 13 animais da espécie Rhizoprionodon lalandii, popularmente conhecida como tubarão-bico-fino-brasileiro. Os cientistas detetaram a presença de benzoilecgonina, resultante da metabolização da cocaína no organismo de 12 destes animais» («Cientistas brasileiros encontram cocaína em organismo de tubarões no Rio de Janeiro», Expresso Diário, 24.07.2024, 11h25, itálicos meus).

[Texto 20 098]