Erros de sempre e para sempre
Ortografia tremida
«A Mafalda acordou-me com gentileza: a casameu, achutemoto. Seria o bebé a bolsar, o bebé com alguma dor? Mas o bebé não bolsa, o bebé dorme, o bebé não chora – é um bebé sem exigências de bebé. Tirei os tampões dos ouvidos, a Mafalda repetiu: a casa tremeu, acho que foi um terramoto» («O pequeno terramoto de Lisboa, um relato de sobrevivência», Afonso Reis Cabral, Jornal de Notícias, 28.08.2024, p. 2).
Quem é que, em pleno estremeção sísmico — eu também acordei, embora pensasse que não passava de um pesadelo —, em plena confusão, vai ponderar ou averiguar se se escreve «bolsar» ou «bolçar»? Ah, pois, ninguém. Já se fosse uma crónica escrita dois dias depois, isso seria diferente.
[Texto 20 173]