Linguagista

Agora que se fala neles

      «São dispositivos eletrônicos portáteis e sem fio que funcionam como receptores de mensagens curtas de texto, enviadas por centrais telefônicas. Esses objetos emitem alertas sonoros ou vibram para informar sobre um novo recado, que fica disponível no visor. O Hezbollah adotou os primitivos pagers, que não são rastreáveis como os celulares por não empregar sinais de satélite» («O que são pagers?», Igor Gielow, Folha de S. Paulo, 19.09.2024, p. A37). Há pessoas que nem sequer sabem que existe tal dispositivo, outras que, sabendo que existe, nunca viram nenhum. Acho que é a oportunidade, Porto Editora, para melhorares a definição.

[Texto 20 259]

Problema deles

      «Não era um anúncio de emprego, mas parecia: Lucas Erick, bancário, 42 anos, e Regislene, psicóloga, 39, anunciaram na rede social Instagram estar à procura de mais um membro para o casal. Meses depois, Hassana, auxiliar administrativa e estudante de psicologia, de 21, foi a escolhida para integrar o, agora, trisal» («Acontece no Brasil. Casal faz busca nas redes sociais por terceira integrante da relação», João Almeida Moreira, TSF, 19.09.2024, 8h04). Acontece no Brasil... O que é que não acontece no Brasil, digam-me lá? Não é muito diferente dos Estados Unidos ou da Índia. Bem, vão surpreender-se quando se derem conta do número de vezes que se usa o neologismo trisal no Brasil. Cá, os ricaços brasileiros impulsionaram a construção de penthouses, sobretudo em Lisboa e no Porto, e agora os de pé-descalço, alguns recém-desfavelizados, trazem os trisais.

[Texto 20 258]

Não era um casamento

      Havia mães a avisar discretamente, com uma leve tremura de cabeça, os filhos para não consumirem os alimentos mais suspeitos, oleosos, sobretudo com ovos, de alto risco, terreno fértil para a salmonela e sabe Deus o que mais, de E. coli a campilobacteriose ou estafilococos.

[Texto 20 257]