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Linguagista

Léxico: «uniparental»

Fica dito

 

      «Tendo crescido com o pai numa família uniparental», etc. Para tentar suplantar o híbrido greco-latino, primeiro tem de se dicionarizar uniparental. Usado já é — e justamente, porque é melhor do que monoparental. E depois também temos, por exemplo, a dissomia uniparental, cujos principais tipos são a isodissomia e a heterodissomia.

[Texto 20 296]

Léxico: «rinofima»

Coisas lixadas

 

      Aposto que já alguma vez viram alguém com um rinofima — só que não conhecem o termo. Agora, antes de se atirarem para o dicionário mais próximo, pesquisem no Google Imagens. Impressionados? Então, saibam agora que a Porto Editora só o tem num bilingue (porque não em todos?) e no dicionário de termos médicos. O mérito da descoberta vai todo para o professor João Barroca, que ma comunicou. Sim, há doenças mesmo lixadas. No caso, antes duas verrugas plantares a vida inteira do que um rinofima durante seis meses, não concordam?

[Texto 20 294]

Léxico: «token»

Primeiro o básico

 

      Já terão lido em algum lado, suponho, que a OpenAI, para incentivar os utilizadores a experimentar a funcionalidade de ajuste fino, esteve a oferecer 1 milhão de tokens de treino gratuitamente até 23 de Setembro. Após esta data, o ajuste fino passou a custar $25 por milhão de tokens, com custos adicionais para a utilização do modelo ajustado. Não foi agora, Porto Editora, que o termo polissémico token se tornou de uso mais frequente entre nós, e não há dúvidas de que é já um estrangeirismo que não devemos ignorar. Ora tu já registas, por exemplo, tokenismo.

[Texto 20 293]

Léxico: «prato cheio»

Quase nos esquecíamos

 

      «O fenômeno que aprisionou o maior iceberg do planeta, com 50 km de diâmetro, em pleno oceano, ao norte da Antártida, é contraintuitivo, mas conhecido há tempos e até hoje é um prato cheio para os oceanógrafos» («‘Prisão’ de iceberg é fenômeno que intriga cientistas», Salvador Nogueira, Folha de S. Paulo, 18.08.2024, p. B7).

[Texto 20 292]

Definição: «Purgatório»

O banal e concreto

 

      O Purgatório, Porto Editora, é menos um lugar do que um estado, o estado dos que morrem na amizade de Deus, mas, embora seguros da sua salvação eterna, precisam ainda de purificação para entrar na alegria de Deus. É o Catecismo da Igreja Católica que o afirma, eu apenas relembro que é assim. Vá, para os mais agarrados à materialidade, ao concreto, admito que digas que é o lugar ou o estado, não como o defines agora: «para os católicos, lugar onde as almas dos que não foram condenados ao Inferno expiam os seus pecados, antes de entrarem no Céu».

[Texto 20 291]