Mais um magarefe
«Um cirurgião britânico foi apanhado a utilizar um canivete suíço para abrir o peito de um paciente numa unidade hospitalar afeta ao serviço nacional de saúde do Reino Unido. O médico garante que o fez porque não conseguiu encontrar um bisturi esterilizado durante uma operação de urgência no Royal Sussex Hospital, em Brighton, Reino Unido. [...] O médico em questão assegura que, neste caso em particular, não encontrou um bisturi esterilizado, por isso resolveu usar o canivete suíço que normalmente usa para cortar fruta ao almoço» («Reino Unido. Cirurgião apanhado a operar com canivete suíço», Daniela Espírito Santo, Rádio Renascença, 3.10.2024, 15h46).
S.O.B.! Gostava de conhecer o cromo — e ter autoridade para o pôr a lavar o chão do hospital, ou, aproveitando os recursos que já usa tão proficientemente, a descascar batatas no refeitório com o tal canivete suíço. De bisturi, a Porto Editora diz que é o «instrumento cortante utilizado em cirurgia; escalpelo». Instrumento cortante... Em medicina usam-se vários instrumentos cortantes: tesoura cirúrgica, pinça hemostática com lâminas (ou tesoura de Metzenbaum), cureta, serra óssea, osteótomo, micrótomo, lanceta... Isto sem rede, arriscando, porque sei que temos um leitor cuja mulher foi instrumentista. Há diversos tipos, e para diversos fins, de bisturis, mas eu propunha algo como isto: «Instrumento cirúrgico de lâmina afiada, esterilizado, utilizado para realizar incisões precisas em tecidos durante procedimentos médicos.» Se quiséssemos complicar, mas não queremos, podia acrescentar-se que os há feitos de material diverso (aço inoxidável, titânio, cerâmica), de forma diversa (lâmina recta ou curva), tamanho (vai por números: a lâmina n.º 10 é mais larga e arredondada, a n.º 11 é mais fina e pontiaguda, etc.). Há-os também, como não, de lâmina descartável.
[Texto 20 322]