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Linguagista

Léxico: «estado de vigília»

Bem acordados

 

      Ai, a Worten. Tive de ir a uma loja e, entre esperar a minha vez (três clientes à minha frente) e aguardar que me fizessem um reembolso de uma compra online, estive lá quase uma hora e meia. Se quiserem, podem usar esta frase publicitária bem alicerçada na experiência: «Se puderem, não Worten nunca mais.» Bem, mas não vim aqui apenas para lamentar o péssimo atendimento daquela loja, mas para uma coisa mais ligada às nossas preocupações de sempre: a língua. A dúvida de hoje é se não devíamos poder encontrar estado de vigília em todos os dicionários. Parece-me que sim.

[Texto 20 326]

Léxico: «bio»

Temos tão poucas

 

      «Para já “pondera”, anunciou no Expresso. Não é que queira, mas pediram-lhe: “Percebo que, em resultado das opções menos inspiradoras dos partidos tradicionais, as pessoas venham ter comigo.” É praticamente uma vaga de fundo. João Maria Jonet é filiado num partido tradicional (o PSD), comentador televisivo, ex-avençado da junta de freguesia da Estrela de Luís Newton (PSD; investigado no caso Tutti-Frutti), e bisneto de um antigo presidente da câmara de Cascais, o que assegura o necessário pedigree. Na sua bio no X, o jovem aspirante a autarca identifica-se como “beto de Cascais.”» («Queque quer Cascais?», Sábado, 3-9.10.2024, p. 22).

      Enquanto João Maria Jonet pondera, temos trabalho à nossa espera: se já dispomos de tão poucas reduções vocabulares, o melhor que faríamos era dicionarizar bio, que não é assim tão pouco frequente. Perante cada um dos casos semelhantes que aqui tenho trazido, relembro sempre a riqueza de reduções vocabulares usadas no dia-a-dia na língua francesa e no castelhano.

[Texto 20 325]