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Linguagista

Extras! Extras! Extras!

Não esquecer

 

      Em gordas, na primeira página do jornal, com desenvolvimento no interior: «Médicos fizeram quase dois milhões de horas extras e de prestação de serviço para garantir verão» (Diário de Notícias, 7.10.2024, p. 1).

[Texto 20 340]

Léxico: «canção-título | wordsworthiano»

Um par para terminar

 

      «Vem depois ‘Disintegration’, a célebre canção-título. Oito minutos, vidros ou loiça a partir-se, a desintegrar-se, como o “eu”. É um tema obsessivo, opressivo, sobre traições, vaidades, abandonos, lágrimas de crocodilo, com imagens surrealistas (“o telhado da tua boca”, “a boca dos teus olhos”), fórmulas que ficam na cabeça (“the hole of sincerity”, “stains on the memory”), e o quase wordsworthiano “songs about happiness murmured in dreams” (como se não houvesse amor, apenas canções de amor, e mesmo essas só “murmuradas em sonhos”, a três graus de separação)» («Sem cura», Pedro Mexia, «Revista E»/Expresso, 4.10.2024, p. 66).

[Texto 20 339]

Como se escreve por aí

Desperdiçar itálico

 

      «Os turistas gostam da Banglatown como nós, quando vamos a Manhattan, gostamos de ir a Chinatown, a Little Italy e a Little Tokyo» («O Chega gosta da Banglatown. E os turistas também», Bárbara Reis, Público, 5.10.2024, p. 12). Bárbara Reis tem andado a ler os livros errados: nada disso precisa de itálico!

[Texto 20 338]

Léxico: «showmício»

Não só

 

      No noticiário de anteontem, às 10h00, na Antena 1, a correspondente em Moçambique, Paula Borges, disse que Daniel Chapo, o candidato da Frelimo, ia realizar um showmício, discursos e música, na Matola. Assim, o vocábulo showmício não é apenas usado no Brasil, Porto Editora. A correspondente usou o termo porque o lê em toda a imprensa moçambicana, que, diga-se, é uma desgraça. Para mim, que conheço praticamente toda a imprensa em língua portuguesa de todo o mundo, o melhor jornal é a Folha de S. Paulo.

[Texto 20 336]

A confusão de ortografias

A perder o norte

 

      Claro que já reparei há muito que andas a misturar as grafias, Porto Editora, e até já te chamei pelo menos uma vez a atenção para o erro. Vejamos outro exemplo. No verbete de sarauí, dizes que é «relativo ao Sara Ocidental, território no noroeste de África que foi uma antiga colónia espanhola». Contudo, em Amaras já escreves — e bem! — assim: «ETNOGRAFIA grupo étnico africano que está presente sobretudo no Noroeste da Etiópia».

 

[Texto 20 335]

Definição: «rifte»

Pode ficar muito melhor

 

      Sou só eu a achar que a definição de rifte no dicionário da Porto Editora é um tanto nebulosa? Ah, ali aquele senhor careca também é da minha opinião. E aquela senhora. E este rapaz aqui mais perto de mim. Pois, diz assim: «GEOLOGIA zona de separação de bordos de placas divergentes». Bem vejo que a indicação do domínio constitui alguma pista, mas parece-me insuficiente. Proponho algo mais ou menos assim: «Zona de divergência tectónica onde a crosta terrestre está a ser esticada, resultando na formação de fissuras, vales ou depressões, frequentemente associadas a actividade vulcânica e sismicidade.» (Também é um mistério para mim a opção da Porto Editora por escrever «Rift Valley».)

[Texto 20 334]