Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Linguagista

Léxico: «irrazão»

Porque se usa ainda, é claro

 

      «O que se passa na criação artística é de tal ordem complexo, estimulante, vivificante! Uma terceira é aquilo que tradicionalmente se chamava a psicologia da irrazão [afirma o filósofo José Gil, em entrevista]» («“Há um grande medo que atravessa o mundo inteiro”», Joaquim Paulo Nogueira, Tempo Livre, Setembro-Outubro de 2024, p. 7). Convinha que não saísse dos dicionários — ou voltasse a entrar —, pois, como se vê, continua a ser usado.

[Texto 20 365]

Léxico: «arborizador»

Que ou aquele que

 

      «O que significa que a árvore valia pela função arborizadora e qualidade da madeira, e por esse motivo, Möller não refere o seu valor ornamental, nem menciona a importância alimentar, medicinal e tintureira que tinha nas comunidades indígenas» («A grande corrida às nozes», Susana Neves, Tempo Livre, Setembro-Outubro de 2024, p. 9).

[Texto 20 364]

Léxico: «língua azul»

Aí está ela

 

      Ainda na semana passada ouvi, e mais de uma vez, na rádio falar no surto que por aí anda de língua azul, doença infecciosa, não contagiosa, de notificação obrigatória segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). No início do século XX, ainda quando era de etiologia desconhecida, deu-se-lhe este nome — que ainda é usado — por causa da coloração roxo-escura ou azulada observada na língua e na mucosa oral dos animais doentes.

 

[Texto 20 363]

Plural: «data-chave» e mais umas quantas

Ou todos ou nenhum

 

      Mas o leitor R. A. tem razão ao comprovar que todos os termos compostos com -chave deviam indicar o plural, o que não acontece actualmente no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora: só palavra-chave o tem. E data-chave, momento-chave, posto-chave, texto-chave? Como sempre, ou todos ou nenhum.

[Texto 20 362]

Léxico: «chave de braços»

É capaz de doer

 

      «Um dia, num café em Paris, Laura, uma intrépida e desassombrada repórter, evita um ataque terrorista, matando o atacante, sozinha, com um simples golpe — chave de braços» («Admirável mundo novo!», Helena Vasconcelos, recensão ao livro Os Dias do Ruído, de David Machado, in «Ípsilon»/Público, 11.10.2024, p. 28). O leitor R. A. ainda pensou que seria «golpe-chave», porque não conhece o termo das artes marciais chave de braços (armlock em inglês). E é mesmo apenas no bilingue que a Porto Editora o regista. Já podiam utilizar a inteligência artificial para detectar estes casos, ou não?

[Texto 20 361]