Como quer a Hidráulica...
«As queixas são ouvidas, também, no rio Mondego, já que 2024 é o ano com menor número de efetivo de lampreias adultas desde que há registos. O diretor do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Pedro Raposo Almeida, alertou, há dias, que foram contabilizados só 1969 espécimes no açude-ponte de Coimbra, muito abaixo dos 10 mil necessários para a sustentabilidade daquela espécie» («População de lampreia está em declínio nos rios nacionais na última década», Ana Peixoto Fernandes, Jornal de Notícias, 21.10.2024, p. 10).
A 25 de Março de 2020, nos tempos áureos da pandemia, sugeri foi ponte-açude, que me parece que é a forma que mais se encontra, e a Porto Editora registou-a nessa altura. Agora leiam este excerto de uma obra de António Arnaut, que, entre a barra, a tribuna e o avental, arranjou tempo para escrever poesia: «Estava sentado exactamente neste banco, à sombra dos pinheiros, a encher os olhos da paisagem irisada da cidade ao entardecer. Já tinham construído a ponte-açude, ou o açude-ponte como quer a Hidráulica, e o rio dormitava no seu leito fofo marginado de verde» (A Viagem: Contos do Absurdo, António Arnaut. Coimbra: Livraria Almedina, 1988, p. 28).
[Texto 20 401]