Léxico: «princípio de Barlow»
Na ordem do dia
«O princípio de Barlow, de não haver tutela e filtros apriorísticos, ainda deveria valer. E que cada um se responsabilize pelo que publicou. Entretanto, o demônio, sempre atento, ouviu Barlow e se aproveitou de um escorregão no título. Ao denominar o espaço de interlocução e de comunicação de “ciberespaço”, foi usada a raiz grega “ciber”, que significa controle, governança. Ou seja, sem notar Barlow conjurara os espíritos maliciosos para que pudessem transformar a internet inicial numa “rede de controle”. A semântica buscou (e conseguiu!) sua vingança» («Presságio semântico», Demi Getschko, O Estado de S. Paulo, 27.08.2024, p. B20).
O princípio de Barlow, associado a John Perry Barlow (1947-2018), defende que a internet deve ser um espaço livre de regulação governamental ou empresarial, onde não haja censura ou filtros prévios, permitindo que cada indivíduo seja responsável pelo conteúdo que publica e pelas suas acções no ciberespaço. Este princípio advoga a preservação da liberdade de expressão na internet, sem interferências ou tutela externa, com a convicção de que a rede deve funcionar como uma plataforma aberta e democrática, garantindo a autonomia dos utilizadores.
[Texto 20 423]