Léxico: «vale-creche»
Mais um vale
«Em Curitiba, prefeito eleito promete vale-creche e meia tarifa de ônibus» (Catarina Scortecci, Folha de S. Paulo, 30.10.2024, p. A44).
[Texto 20 480]
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Mais um vale
«Em Curitiba, prefeito eleito promete vale-creche e meia tarifa de ônibus» (Catarina Scortecci, Folha de S. Paulo, 30.10.2024, p. A44).
[Texto 20 480]
Portanto, não fui eu
Embora haja muito poucas pessoas — e aposto que somente na academia — a optar pela grafia Vergílio para o nome do poeta latino, certo é que muitos dicionários e vocabulários registam como sinónimos e variantes virgiliano e vergiliano. Não segue — e aplaudo — tal opção a Porto Editora no seu dicionário, em que apenas podemos encontrar virgiliano. Nem sempre, porém, conseguimos convencer os outros das nossas razões. E nestas coisas não há voto de vencido.
[Texto 20 479]
Pés brancos
«Dinamizar a implementação de programas coordenados pelo Jardim Zoológico, como o programa de conservação dos lémures-vermelhos (Varecia rubra) em Madagáscar, que incluiu a restauração de 17 hectares de floresta e translocação de alguns animais; o programa de conservação do saguim-cinzento (Saguinus leucopus); e o programa de reintrodução do leopardo-da-pérsia (Panthera pardus tulliana) no Cáucaso» («“Investigar, conservar e cuidar é um trabalho diário”», «Zoo: 140 anos do Jardim Zoológico»/Expresso, 2.08.2024, p. 32). Já agora, diga-se que o híbrido leucopus significa com pés brancos, característica distintiva desta espécie de sagui. Fica lindamente ao lado do saguim-de-mãos-douradas. Contudo, o nome comum em português é sagui-de-pés-brancos, e não «saguim-cinzento», como se lê no artigo, que até contradiz a etimologia.
[Texto 20 478]
A palavra não foi encontrada
No dia 12 de Agosto, uma repórter do Portugal em Directo foi visitar a exposição patente no Núcleo de Arqueologia do Museu Municipal Carlos Reis, exposição que tem como mote um rio, um território, uma história humana. O rio, claro, é o Almonda, e a arqueóloga Filipa Rodrigues falou no «grafismo meandriforme, tal como o nosso rio». Falou também em seixos termoalterados. Entretanto, vi por acaso um anúncio ao Citroën Méhari eléctrico (também?), cuja carroçaria é, diziam, termoformada. Novas realidades exigem quase sempre novas palavras, até para alcançar a desejável univocidade.
[Texto 20 477]
Isso é que era
Até isto podia ir para os dicionários: «Filipe Teles, docente no Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da Universidade de Aveiro, considera que as futuras cidades e vilas procuram “reconhecimento social e oportunidades de investimento”, visto que “não há uma alteração de competências”. Ao contrário do que acontece no resto da Europa, onde os critérios para ser cidade são mais exigentes, mas as retribuições e competências são também maiores”, diz Filipe Teles. É por isso que, compara, “em Portugal, cerca de 52% dos municípios são cidades, quando, em Espanha, França e Itália, são 2%, no Reino Unido, não passam dos 17% e, nos Países Baixos, são 25%”» («Portugal vai ter mais nove cidades e vila após 11 anos sem lei», João Paulo Costa, Jornal de Notícias, 3.11.2024, p. 11).
[Texto 20 476]
Mais uma máquina
Só quero que saibas, Porto Editora, que ontem vi numa loja de ferramentas uma ranhuradora (o modelo XR 18V) da Dewalt.
[Texto 20 475]
P. S.: Tinhas razão, flóber vem de Flobert. Corrigi mal vi o teu verbete e depois de confirmar. O que devia ter feito antes. Nada de teimosias. Em compensação, vou indicar-te o étimo de clapeta, ou até parecerá que foi inventado por um canalizador mais inspirado. (E já que falo em teimosias: não compreendo, por exemplo, porque não registas o verbo tupiar no sentido que já aqui demonstrei que se usa, mas que se escreve mal. Aqui a frequência de uso pouco importa, pois que se trata de um termo especializado. Ainda assim, como já antes afirmei, é usado na descrição do perfil de funções de carpinteiros para as câmaras municipais e em legislação nacional.) Retomando: clapeta vem então do francês clapet, «élément en partie mobile (rondelle de cuir ou de caoutchouc, soupape, obturateur) adapté à un orifice pour permettre ou empêcher le passage d’un fluide. Clapet de pompe (Ac. 1798-1932)», como se lê no Trésor de la Langue Française Informatisé.