Ilegítimo, irracional, inútil
É uma opinião
«Ninguém tem o dever de aceitar (e de se habituar a) este AO, que é ilegítimo (na forma e no conteúdo), irracional e inútil. Ele seria inaceitável mesmo que obrigasse a uma verdadeira “uniformização” da ortografia... só que, para cúmulo do ridículo, o “acordo” não só não “uniformiza” como aumenta, por via do acréscimo de novas duplas grafias, o número de palavras “à paisana”! Repare-se: no Brasil continuará a ser “autorizado” escrever, por exemplo, “detectar” e “receptivo”; porém, em Portugal é su- posto passar a escrever-se “detetar” e “recetivo”. E quem é que, honestamente, consegue jurar que, por exemplo, “espectador” e “espetador” se lêem da mesma maneira? Acaso alguém com um mínimo de juízo, de sensatez, irá alinhar nesta anedota? Acaso ainda restam algumas dúvidas quanto à utilidade e à validade (zero em ambos os casos) de todo este processo?» («“Velho do Restelo”, e com muito orgulho!», Octávio dos Santos, Público, 15.01.2012, p. 54).
[Texto 961]