«Se» apassivante (iii)
Boa pergunta
«Os que defendem que o “se” é pronome indefinido e sujeito do verbo, raciocinam assim: o “on” francês é um pronome indefinido, sempre sujeito no singular e requer, portanto, o verbo no singular; ora o “se” português ocupa o lugar do “on” francês. Por conseguinte, o “se” português é também um pronome indefinido e sujeito do verbo no singular (vende-se casas, apanha-se urtigas, cata-se pulgas, etc.).
Com franqueza! Os macacos me mordam se isto não é um argumento menos que primário! Se, por hipótese, e sem ponta de malícia, não existisse a caríssima Língua Francesa — que eu só ensinei trinta e nove anos! — mas houvesse a Língua Portuguesa tal como é, que haveríamos de chamar ao “se”?» (Nem Tanto Erro!, de Américo F. Alves. Edição do autor, Braga, 1993, pp. 85-86).
[Texto 1298]