«Furar a greve»
História de uma expressão
«O nosso calão académico tinha a pitoresca expressão fazer parede: isto é, combinarem-se todos os estudantes de uma cadeira para não irem à aula. A ela correspondia naturalmente a metáfora furar a parede, se um quebrava o ajuste. Ùltimamente introduziu-se greve, palavra vinda das esferas industriais; mas em vez de se dizer faltar à greve, ou expressão análoga, adapta-se à greve o furar da expressão antiga, e diz-se também furar a greve, sem aquela propriedade com que se dizia furar a parede, visto que parede é um objecto material, e greve não o é neste sentido» (Lições de Filologia Portuguesa, J. Leite de Vasconcelos. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1966, 4.ª ed., p. 352).
[Texto 1466]