«Cor-de-rosa» no AOLP90
Isso é absurdo
«Sobre o artificialismo de escrever cor-de-rosa, mas cor de laranja, considerando aquela uma palavra composta, e dizendo que exprime uma só ideia, o argumento é infantil. Na tradução das cores tanto há uma só ideia em cor de rosa, como em cor de laranja, etc. Dizer, como Sá Nunes diz, que a cor-de-rosa leva hífen, por ter um único sentido, faz supor que em cor de laranja não se verifica a mesma semântica, e isso é absurdo.
Cor de burro quando foge forma também uma unidade semântica, na ideia una da ironia» (Estudos Críticos de Língua Portuguesa: contra os Gramáticos, Vasco Botelho de Amaral. Porto: edição do autor, 1948, p. 126).
E ainda hoje continua, absurdamente, a ser assim. Mais um exemplo da falta de ponderação das soluções consagradas no Acordo Ortográfico de 1990.
[Texto 1564]