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Linguagista

«Surpreendido/surpreso»

Grande surpresa

 

 

      «E no Parlamento a mensagem foi levada a sério. Muitos ficaram surpresos quando Relvas surgiu para o debate das autarquias. Havia quem esperasse por Paulo Júlio, o secretário de Estado. Porém, um candidato ao adormecimento conhece de antemão a dor e o desgaste espiritual. Quem deixa o seu templo interior vazio não poderá louvar o criador do universo. Tocou o malhete...» («E eis o prenúncio de um longo sono», Diário de Notícias, 3.06.2012, p. 14).

      Nunca, até hoje, usei a palavra «surpreso» — com as surpresas, fico sempre e só surpreendido. E, ainda assim, cada vez menos. Carlos Marinheiro, no Ciberdúvidas, afirma que «o Dicionário da Língua Portuguesa 2008, da Porto Editora, regista surpreso, mas remete-nos para surpreendido, considerando-o o vocábulo preferível». Ai, sim, considera? Já vimos mais de uma vez que, pelo menos neste dicionário, as remissões não têm tal significado. Logo, é uma suposição errónea. Era bom, nisso estamos de acordo, que fosse como diz.

      «De parte a parte, entreolharam-se surpresos, dir-se-ia, de se verem muito adereçados para o combate, guiões ao vento, berços à frente, ginetes em batalha, a peonagem nos flancos com adargueiros, frecheiros, e homens das fisgas preparadas para o arremesso» (Portugueses das Sete Partidas, Aquilino Ribeiro. Lisboa: Livraria Bertrand, [1951], 3.ª ed., p. 136).

 

[Texto 1635]

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