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Linguagista

«Após o que»

Insuspeita mas mal-amada

 

 

      Nos últimos tempos ando a ver, e em grande profusão, na imprensa e em livros, ocorrências da expressão «após o que»: «A consulta aos partidos, iniciada ontem com PCP, BE e Verdes, termina hoje com CDS, PS e PSD, após o que o Presidente da República deverá indigitar Passos Coelho (ver texto ao lado)» («Esquerda avaliza rapidez na indigitação de Passos Coelho», Nuno Sá Lourenço, Público, 15.06.2011, p. 3).

      Tanto quanto sei, não impende sobre ela nenhuma suspeita, mas não me agrada, e vejo que até foi usada pelos nossos melhores escritores: «Dizia-se que em dous sabbados consecutivos, por volta da meia-noite, se tinham visto desfechar do céu em cima dos paços solitarios da encosta duas estrellas cadentes, após o que, dous gritos fugitivos, mas terrivelmente agudos, soavam da banda do pateo, e sentia-se em seguida o tropear de passos frequentes, como em dança doudejante ou em lucta desesperada» (O Monasticon, tomo III, Alexandre Herculano. Lisboa: em Casa da Viúva Bertrand e Filhos, 1848, p. 368).

 

 

[Texto 169]

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