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Linguagista

«Meia paralítica»

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      «Com as “bocas” e o “manzanilla”, de que vinham providos, nos fizemos “amigos”, e à saída o pai convidou-me a ir a sua casa, onde havia uma pequena “tertulia”, com música e dança, para entreter a mulher, meia paralítica» (Novelas Eróticas, M. Teixeira-Gomes. Lisboa: Portugália Editora, s/d [mas de 1961], 2.ª ed., p. 99).

      Montexto já aqui demonstrou mais de uma vez, recordar-se-ão, que, embora os advérbios sejam invariáveis, exemplos em tudo iguais ao do texto, a par do que hoje geralmente se tem por canónico, estão nos clássicos — onde decerto Teixeira-Gomes os foi beber. Qual o alcance, hoje em dia, dessa demonstração? Perante o seu uso, deliberado ou não, não devemos, pese a tentação, padronizá-los, actualizá-los. Muito menos, se podemos dizê-lo assim, em reedições. Evidentemente (mas nem todas as obras terão a sorte dos Fastos Geniais Tirados da Tumba de Merlim, não é, Fernando Venâncio?). Se o autor escreveu «meia paralítica», assim o devemos deixar.

 

 [Texto 1747] 

2 comentários

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    Helder Guégués 01.07.2012 10:27

    Ia-me passando em claro esta declaração histórica do Fernando. É, creio, quase sempre disso que se trata aqui do blogue: não falar, mas deixar «falar» arqueologia. Sobretudo — mas não só — quando em causa estão reedições de obras com décadas. E não só porque, legitimamente, qualquer falante pode actualmente usar essas mesmas formas. Com que efeito, logo se verá.
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