«Apelar para»
Não me convencem
Correspondendo ao apelo da leitora Cristina e aproveitando ter-me passado agora mesmo pelos olhos uma frase com a regência errada («Muitos apelam à extinção da RTP.»), eis mais uma vez: a regência do verbo «apelar», na acepção que a frase acima exigia, é apelar para. A mim, basta-me esta notinha de Francisco Fernandes na página 83 do seu magnífico Dicionário de Verbos e Regimes: «APELAR A ALGUÉM ou A ALGUMA COISA é regência condenada pelos mestres.» Bem podem os novíssimos linguistas de pacotilha dizer o contrário.
Eis um mestre: «Ao final, todos, mesmo os paulistas, apelaram para a ação do Governo, seja com a abertura de crédito barato, seja mediante legislação favorável à imigração, seja por medidas que possibilitassem o emprego do trabalhador nacional» (Emancipação dos Escravos: Projeto Dantas (dos sexagenários) e o parecer que o justifica, Rui Barbosa. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1988, p. VII).
[Texto 175]