Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Linguagista

Sobre «pato-bravo»

De Tomar, nada mais

 

 

      «Era quase certo que o dito pato-bravo já conseguira todas as aprovações e licenças para o seu negócio torpe, que já dera início à construção de umas monstruosidades — agora a moda consistia na imitação de umas coisas hediondas com muitos andares, a terminarem em ogiva do tipo das naves espaciais —, e era quase certo que já estava a promover a venda por apartamentos, em time-sharing ou noutro sistema qualquer, a uns lorpas de cujo grupo chegavam a fazer parte uns digníssimos sujeitos e respeitáveis esposas» (Partida de Sofonisba às Seis e Doze da Manhã, Vasco Graça Moura. Lisboa: Quetzal, 1993, p. 65).

      Vi muito bem: não está, inacreditavelmente, no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Só lá está uma acepção: as simpáticas aves palmípedes. Dir-se-á somente que é o «indivíduo espertalhão ou aldrabão», como regista o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa? E o construtor civil improvisado, onde fica no meio disto?

      Pato-Bravo: «Servente da construção civil que vem de Tomar para Lisboa, onde faz fortuna a pulso – e à custa de edifícios de gosto e qualidade duvidosos. No rio Nabão, que banha Tomar, há muitos patos-bravos» (LX60: A Vida em Lisboa nunca mais Foi a Mesma, Joana Stichini Vilela e Nick Mrozowski. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2012, p. 133).

 

[Texto 2611]

16 comentários

Comentar post