Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Linguagista

«Medo pânico»

Já Camões dizia

 

 

      Júlio Machado Vaz, volta não volta, diz «medo pânico», expressão que detesto. «Pânico. Escreve Roquete: “Terror pânico, sem fundamento. Usado (pânico) como substantivo é galicismo contrário ao uso da nossa língua.” Os Franceses dizem peur panique, isto é, terror pânico, sem motivo, ou sòmente une panique. Em português pânico é adjectivo, como aliás em grego o era. Em Nascentes, acerca de pânico, lemos: “grego panikos scilicet deuma, terror de Pã”. Camões em III, 67, redigiu: “Dum pânico terror todo assombrado,...” Epifânio comenta: “Pânico é adjectivo grego derivado do nome do Deus Pã...” (Cf. a sua edição de Os Lusíadas, pág. 167, I vol.). Por isto se vê que frases como a seguinte, vulgares em jornais, devem proscrever-se: “A população caiu em pânico.” Pânico terror estaria correcto. Camilo no Perfil do Marquês de Pombal, pág. 204: “o pânico terror que o conde exercia sobre os fidalgos”. Cp. Adjectivos (sua omissão).|| Cp. Ridículos. (D. D.)» (Grande Dicionário de Dificuldades e Subtilezas do Idioma Português, vol. 2, Vasco Botelho de Amaral, pp. 608-9).

 

[Texto 2660] 

9 comentários

Comentar post