«Em ordem a»
Depende, depende
D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima: «[...] ver que é todo o povo que sofre e que diante deste sofrimento, deste crescimento da própria pobreza é necessário um novo impulso em ordem a encontrar um consenso básico fundamental para todos sairmos da crise, por conseguinte é também um apelo à liderança da Europa [...]» (Telejornal, 12.05.2013).
A construção «em ordem a» é um anglicismo sintáctico? Uns afirmam que sim, outros, como Mário de Carvalho, que nem pensar: «Recusei-me, durante anos, a usar a expressão “em ordem a” porque um mestre de Português, fortemente repugnado, a rejeitou como anglicismo espúrio. Depois encontrei-a, repetidamente, em Francisco Manuel de Melo...» Creio que este escritor leu mal. No sentido de «a fim de», «para», como na frase do bispo de Leiria-Fátima, é inequivocamente anglicismo; no sentido de «relativamente a», é construção clássica.
[Texto 2829]