«Espoletar/despoletar»
Dispenso
«No entanto, o ano de 1914 tinha sido até então relativamente calmo no plano internacional. Ao contrário da primeira metade de 1913, cheia de notícias sobre a guerra dos Balcãs, que envolvera a Grécia, a Sérvia, a Bulgária e a Roménia (e também a Itália, que a ajudara a espoletar ao invadir a Líbia) contra a Turquia, a primeira metade de 1914 não tinha tido muito noticiário de guerra ou de preparação dela, exceto uma hipótese de conflito entre os Estados Unidos e o México, na primavera» («Nada é inelutável», Rui Tavares, Público, 7.08.2013, p. 48).
Como se fala da guerra, até se pode pensar que ficam aqui muito bem espoletas. Já não é mau que não seja «despoletar», que é precisamente, como escreve Daniel Ricardo na obra Ainda bem Que Me Pergunta, «tirar a espoleta; travar; tornar inactivo; tornar impossível o disparo de; impossibilitar a acção ou o desencadeamento de (o contrário, pois, de desencadear)» (p. 260). Fora da guerra, dispenso espoletares e despoletares.
[Texto 3153]