Aí o Pinto não sabe o que diz.
O Pinto que leia o Leão no seu óptimo Prontuário, que leia Bernardes na sua Floresta, e aprenda.
Escrever «mulherzibnhas, florzinhas», etc., é tão correcto como escrever «animalzinhos, cãozinhos, anelzinhos», etc.
Conste.
Montexto a 26 de Outubro de 2013 às 18:51
Mais:
«Mulherezinha» não existe, é sempre incorrecto, como seria incorrecto «animiazinho», «aneizinho», «cãezinho».
O que existe e é correcto é:
. cão, cãozinho, cãezinhos
. anel, anelzinho, aneizinhos
. animal, animalzinh, animaizinhos
. flor, florzinha, florezinhas
e
. mulher, mulherzinha, mulherezinhas
*
Aí, a haver relação directa com alguma coisa, é com o «error communis», que, de tão comum, «facit ius». Ninguém lhes vai à mão, ou à língua, a tempo, e depois é pegar-lhe com um trapo quente.
Estão sempre a deparar-se-nos + «relações directas».
Montexto a 26 de Outubro de 2013 às 19:25
Os filhos de hoje são uma espécie de hiter[e]zinhos sem bigode, uns vedadeiros déspotas domésticos.
Inês Teotónio Pereira, i, 21-22.12.13, p. 12.
*
Alguns têm pelo menos buço, e outros, não raros, até bigode. É o tempo do Jovem no seu esplendor.
Mas cuidado, Inês: se continuas a falar mal dele, ainda vais presa. A CCJP vela.
Montexto a 22 de Dezembro de 2013 às 18:38
hitler[e]zinhos e verdadeiros -- leia-se.
Montexto a 22 de Dezembro de 2013 às 19:13
E por falar em perdizes (cf. »haverei», 31-12-13), lembrei-me das mulherezinhas:
Fala o Ega:
-- ... aqui lhe ordeno que me tenha amanhã para o meu lunch duas formosas perdizes.
E subitamente, numa outra vioz, com um olhar que ela devia perceber:
-- Duas perdizezinhas bem assadas e bem coradinhas. Frias, está claro... O costume.
«Os Maias», 2011, p. 152.
*
Apesar de tudo, Eça é que é Eça.
Montexto a 2 de Janeiro de 2014 às 21:32
«Pois as mulherezinhas, ai, as mulherezinhas, raramente consigo observar nelas aquele “ponto” onde “deveria estar” a alma...» (Viver com os Outros, Isabel da Nóbrega. Lisboa: Prelo, 1972, p. 68).
Estas raparigas, algumas delas com tranças, já eram mulherezinhas.
Friedrich Durrenmatt, JUSTIÇA, trad Maria Emília Ferros Moura, Relógio D'Água, p. 64.
Para alguns, deve ser uma chatice: há sempre alguém que sabe.
Montexto a 11 de Setembro de 2018 às 22:44