Mémoires d’outre-tombe, «Années de jeunesse», Guide du Livre, Lausanne, 1957, p. 233.
*
Estou em pulgas para ver o engenho e arte dos tais.
Montexto a 22 de Novembro de 2013 às 20:51
Dê lá a sua sugestão peroradora, seu sabichão empertigado.
Ricardo Horta a 23 de Novembro de 2013 às 16:42
Não só dou as minhas sugestões, seu idiota, senão que dou as soluções definitivas. Já o devia saber a esta altura do campeonato e blogue. Mas o seu apelido explica-lhe a obtusidade.
Torne em continente para as berças, cujo é e nome tomou.
Aguardo a contribuição do oficioso R. A., do oficial Venâncio, de J. P. Tapada, de Mário Azevedo, de Zito Macoa, entre outros bons leitores do Linguagista (já do meu grulha ninguém espere nada, excepto fel e pinotes).
Torne para as hortas já, já, porque não lhe vale a pena esperar pela minha vez e resposta, com que só se edificaria se soubesse ler.
Montexto a 23 de Novembro de 2013 às 18:11
Ah! e espero pelos adminículos do Sr. Paulo Araujo. Como me fui esquecer de tão erudito leitor, sempre tão solícito? 'Mea culpa'.
Montexto a 23 de Novembro de 2013 às 18:24
Reincidente na arrogância, este "que nunca se engana e raramente tem dúvidas", atreve-se a gozar outra vez com o nome da pessoas como se elas fossem responsáveis por isso. Desconfio bem que o verdadeiro nome encoberto por Montexto será deveras ridículo. Só pode!
R.A. a 23 de Novembro de 2013 às 21:55
Já o oficioso R. A., iniciais repetida, experimental e cientificamente demonstradas como de rotundo asno, reincide na modéstia. E tem boas razões para isso.
Montexto a 24 de Novembro de 2013 às 11:19
«Torne em continente para as berças, cujo é e nome tomou».
O poseur diverte-se. O Céu, sempre misericordioso...
Venâncio a 24 de Novembro de 2013 às 16:01
Podes crer que me divirto à grande e à francesa, Venâncio. Podes crer piamente.
Mas, ao ponto:
1.º
Tens algo que dizer à minha frase? Se tens, declara-te e diz o quê.
2.º
Deixa-te dos teus ziguezagues costumeiros, e propõe a tua versão da do Francisco Renato.
Porque, não sei se reparaste -- faço-te o favor de acreditar que sim (uma vez sem exemplo), -- mas o caso é mui muito interessante: difícil, só a poder de tanta simplicidade.
Em suma: um bom exemplo dos mistérios, maravilhas e dificuldades (salve, bom Botelho) do humilde mester de tradutor, -- de tradutor que leve o seu múnus a sério, entenda-se. E que forceje por recriar na sua versão os efeitos do original, tanto quanto possível.
Montexto a 24 de Novembro de 2013 às 16:25
P. S. -- Se não me divertisse, para que me daria eu a estes trabalhos baldados?
Porque -- já o disse e repito: -- tudo isto não passa de language's labour's lost.
Montexto a 24 de Novembro de 2013 às 16:53
Cale-se, homem! E engula esse pedantismo todo. Seu peneirento, soubesse tanto como os sábios hortelões.
Da sugestão peroradora, nem sinal...
Ricardo Horta a 24 de Novembro de 2013 às 17:18
Engulo só para vomitar por cima de ti, que nem vómitos mereces porque os podes conspurcar.
Poder conspurcar o vómito! -- Tomai nota. Posso estar enganado, mas cuido que nem em Celline topais esta.
Hoje estou particulamente inspirado. Há-de ser da poncha. Aproveita, rapaz da horta, que tal estado não pode durar muito.
Montexto a 24 de Novembro de 2013 às 17:26
particularmente -- não vá o vomitado ficar «in albis».
*
Um vomitado ficar «in albis»! -- Eu não digo que hoje estou superlativamente inspirado?
É aproveitar, vilanagem!
Porque é pena se não exaurirmos esta veia -- até às fezes.
Montexto a 24 de Novembro de 2013 às 17:30
Não há pachorra!
Desisto de apontar as pesporrências de Montexto.
Se lhe chamo arrogante ele responde arrogantemente que sou asno.
Se continuo a argumentar acabo por lhe dar razão - não quero ser teimoso, desisto!
Vá para o raio que o parta!
R.A. a 24 de Novembro de 2013 às 17:35
Eu vou, para lhe fazer a vontade, nem o raio me partirá mais do que me tem amolado a sua chatice. Mas, antes, ponha aí a sua versãozinha, fofo R. A. É tão fácil, e vossemecê sempre tão gerigoto e oficioso!
Montexto a 24 de Novembro de 2013 às 18:12
«Para os outros sempre pronto, para mim nem sempre - é o que eu sou»
souquem a 22 de Novembro de 2013 às 21:02
Este "souquem" é meu, R.A. Assinei assim por engano. Hesitei em usar as iniciais habituais e o pseudónimo "souquemsabes" que às vezes uso algures e, quando ia emendar, subiu.
R.A. a 24 de Novembro de 2013 às 21:30
Bem. Esperamos os dos outros.
Montexto a 25 de Novembro de 2013 às 09:59
Prontamente capaz de tudo para os outros, sem préstimo nenhum para mim mesmo — este sou eu.
F. J. a 22 de Novembro de 2013 às 21:24
Correspondendo à mensagem do Montexto deixada no meu blogue, cá vai mais uma:
Apto para tudo para os outros, sem préstimo para mim próprio: eis o que sou.
Até agora a sua é a melhor, caro António Pereira. Como verá.
Montexto a 23 de Novembro de 2013 às 17:46
Parece jogar com o provérbio: Qui est propre à tout n est propre à rien ."
«Sirvo para tudo aos outros, para mim de nada sirvo»?
M.L.Assis a 23 de Novembro de 2013 às 07:26
Bom para os outros, mau para mim: sou eu.
Anónimo a 24 de Novembro de 2013 às 16:59
Não está mal. Dá a concisão, nanja a musicalidade.
«L'Enchanteur» era um músico da prosa. Ninguém escreveu o francês como ele, um dos dois maiores escritores franceses de sempre, ao parecer autorizado de Monteherlant.
Não subscrevo, mas compreendo.
Montexto a 24 de Novembro de 2013 às 17:10
Henry de Montherlant - leia-se. «Maître du fort langage.»
Cada vez que me lembro de que «La Reine morte» ainda não foi posta em linguagem, pasmaria, se não soubesse com que vacas lavro.
Ouvi, amigos, a entrevista de Eugénio Lisboa várias vezes repetida na «Força das Coisas», Antena 2 da Rádio, aos sábados, à tarde.
Montexto a 24 de Novembro de 2013 às 17:19
Não subscrevo, mas compreendo...
O certo é que estas questões -- de lingua e linguagem -- só as vê e sente bem quem as experimenta de dentro.
Montexto a 24 de Novembro de 2013 às 18:05
E pois que tornou à balha o visconde:
Amiguinhos, reparai em que o impressionante da frase cifra na brevidade e concisão, certo; mas sobretudo no mesmo som que termina o segundo segmento e o terceiro, repetindo-se, ecoando...
Sortilégios de «l'Enchanteur».
A tradução deve forcejar por reproduzir essa repetição e eco, se possivel, posto que com outro som, se necessário.
E manter o mesmo número de palavras, ou, ainda melhor, reduzi-lo.
Sus!
Montexto a 29 de Novembro de 2013 às 09:39
Ora é possível dar na tradução tudo isso: concisão e sonoridade. E ainda com menos 2 palavras do que as 13 empregadas no original.
Esguardai pois mais uma vez como se fôsseis presentes:
«Capaz de tudo pelos outros; de nada por mim: sou assim.»
*
Achei que era um bom exemplo dos tais mistérios, maravilhas e dificuldade do humilde múnus de tradutor...
Montexto a 30 de Novembro de 2013 às 19:33
Obrigado, caro Helder.
Montexto a 30 de Novembro de 2013 às 19:52
Assim sou eu, capaz de tudo pelos outros, capaz de nada por mim.
João Pedro Tapada a 2 de Dezembro de 2013 às 00:32
Melhor:
Assim sou eu, capaz de tudo para os outros, de nada para mim.
João Pedro Tapada a 2 de Dezembro de 2013 às 00:42
Caro Tapada, acha mesmo que isso é o melhor que se pode tirar do auto-retrato do visconde?
Montexto a 2 de Dezembro de 2013 às 10:02
Caro Montexto
Melhor, pior, não sei. Optaria aliás por me aproximar de novo da minha primeira proposta, reconhecendo a discrepância por/para e evitando, ao contrário da sua proposta, a proximidade de «assim» e «mim»: Assim sou eu, capaz de tudo pelos outros, capaz de nada para mim.
Opções...
João Pedro Tapada a 2 de Dezembro de 2013 às 13:12
Erros, meu caro, erros, mas não meus, e má fortuna.
Porque o que exacta, precisa e justamente se quer é a propinquidade de «mim» e «assim», como a de «moi» e «voilà».
E quem não vê, não ouve e não sente isto, foi feito para outra coisa. Para outra coisa porventura melhor e mais requintada. Mas para outra coisa.
Montexto a 2 de Dezembro de 2013 às 13:53