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Linguagista

SIDA, OVNI, sida, ovni

Sim, há escolha

 

      «Mitchell foi o piloto do módulo lunar Antares, que chegou à Lua, nomeadamente à zona de Fra Mauro (região de terras-altas), a 5 de Fevereiro de 1971. A Apollo 14 tinha como missão prosseguir o trabalho da azarada Apollo 13, que no ano anterior sofrera uma explosão durante a viagem de ida, transformando o regresso à Terra numa viagem de sobrevivência» («Morreu Edgar Mitchell, o astronauta que acreditava em ovnis», Cláudia Lima Carvalho, Público, 7.02.2016, p. 11).

      Cláudia Lima Carvalho, então agora terra altas precisa de aspas? É quê, uma ponte? E sobre ovni ou óvni: recentemente, alguém, escandalizado, me perguntou se já tinha visto que agora era assim que se escrevia. Ovni, objecto voador não identificado, já não é um acrónimo — OVNI —, mas um substantivo masculino. Melhor, agora escreve-se de três maneiras: OVNI, ovni, óvni. Sim, não é proibido usar o acrónimo, como também o faremos com SIDA/sida.

 

[Texto 6603]

Sobre siglas e acrónimos e seu desdobramento

Por uma vez

 

      «Uma equipa coordenada por Dora Brites, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, vai procurar conhecer melhor as causas da esclerose lateral amiotrófica (ELA), para tentar combater a progressão desta doença, tendo por isso ganho [sic] um prémio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML)» («Premiado projecto de investigação sobre a ELA», Público, 22.07.2015, p. 31).

    Ora cá estão dois bons exemplos: no desdobramento de abreviaturas, acrónimos e siglas, grafa-se com maiúscula apenas o que, pela sua natureza (nome de instituição, nome próprio, etc.), assim tiver de ser, não, como se vê na maioria dos casos, em traduções, jornais, televisões, tudo em maiúsculas. Infelizmente, nos jornais não há memória, e o que hoje se faz bem amanhã faz-se mal.

 

[Texto 6078]