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Linguagista

Erros de sempre e para sempre

Este não bate

 

      «Rodeado de mísseis balísticos, o Líder Supremo do Irão posa para a fotografia, na mesma altura em que Teerão anuncia ter dado mais um passo no desenvolvimento de armamento. Em novembro de 2023, o Irão apresentava o Fattah-2 — o percussor do Fattah-1, revelado ao mundo poucos meses antes, em junho de 2023» («O que é o Fattah-2, o míssil hipersónico que o Irão usou contra Israel?», Ana Kotowicz, Rádio Renascença, 2.10.2024, 20h10). O conselho de sempre, Ana Kotowicz: recomenda-se a consulta mais frequente do dicionário. É preciso cuidado no uso de percussor, percursor e precursor. Por outro lado, como é que o Fattah-2 é precursor do Fattah-1, pode saber-se?

[Texto 20 316]

As confusões de sempre e para sempre

Intimar e intimidar

 

      «E evidente que o livro de Mariana Jones é de uma simplicidade tal que não configura qualquer promoção da homossexualidade (e se promovesse? A minha geração cresceu com a promoção da heterossexualidade), mas apenas a sua descrição como algo que existe e é normal. Esta é uma discussão que podemos (e devemos, considerando a homofobia ainda presente no País) ter em Portugal. Coisa muito distinta é impedir apresentações de livros, intimar e ameaçar pessoas pelas ideias que expressam» («A propaganda da heterossexualidade e a promoção da tolerância», Leonor Caldeira, Sábado, 27.06.2024, p. 55).

      Mais vezes do que me parece normal, confunde-se intimar com intimidar — aqui com a agravante de a autora ser advogada. Lá porque à frente do Habeas Corpus está um ex-juiz não quer dizer que possam intimar seja quem for. E mesmo quanto a intimidar dependerá de quem eles escolherem como alvo. Em suma, zés-ninguém (indica o plural, Porto Editora) que são, destituídos do poder coercitivo do Estado, não podem intimar ninguém.

 

[Texto 19 999]