A maldição do «mesmo»
O que nos aconteceu?
«Por insegurança linguística, medo de errar, é comum a gente enfeitar a prosa, trocando por exemplo ter por possuir, estar por encontrar-se, qualquer coisa ou pessoa mencionada anteriormente por (aaargh!) “a mesma”» («A hipercorreção se trata de erro», Sérgio Rodrigues, Folha de S. Paulo, 9.03.2023, p. B3). Maldição que já aportou, para meu grande espanto, nas traduções. Como é isto possível? Que conhecimento é este da língua que leva um tradutor, que tem de possuir conhecimentos mínimos do instrumento de trabalho, a expressar-se como a maioria dos polícias? Até o ChatGPT, mero papagaio, faz melhor.
[Texto 17 884]