Como se escreve (e se pensa) por aí
Uma miséria
«É o maior evento LGBTI da Europa — todos os anos, uma cidade europeia recebe conferências, concertos e uma Marcha Pride, para celebrar o orgulho LGBTI (Lésbico, Gay, Bissexual, Transexual e Intersexual). Portugal vai candidatar-se para receber a edição de 2022 do EuroPride» («Portugal avança com candidatura para receber o maior evento LGBTI da Europa», Joana Carvalho Reis, TSF, 11.01.2018, 7h29).
Foi mesmo muito a tempo que, a 20 de Junho passado, propus que o dicionário da Porto Editora registasse intersexo e LGBTI. Quanto ao artigo da TSF, para quê aquela salsada de «marcha» e «pride»? Então não se costuma escrever «marcha do orgulho»? Não estamos em Portugal, Joana Carvalho Reis? (De vez em vez, espreito as caixas de comentários destas notícias, para avaliar a saúde mental dos Portugueses. Uma miséria. Choninhas que na vida real são incapazes de levantar os olhos para os outros, na vida virtual são uns facínoras. Um pede um novo terramoto em Lisboa para aqueles dias. Outro queria que fossem manifestar-se para o Árctico. E por aí fora. Um ponto em comum: escrevem todos mal como a porra. Mas hoje é Dia Internacional do Obrigado, e eu agradeço que toda essa gente exista: até parece que somos mais normais, não é? Já se sabe que, de perto, ninguém é normal.)
[Texto 10 576]