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Linguagista

Como se escreve nos jornais

Agora a electrónica

 

      «As baterias de iões de lítio que ainda hoje são usadas, e que John Goodenough ajudou a inventar já nos anos 80 do século passado, usam electrólitos líquidos para transportar os íons de lítio entre o ânodo (o lado negativo da bateria) e o cátodo (o lado positivo da bateria). Se uma célula de bateria é carregada muito rapidamente, pode causar dendritos, causando um curto-circuito que pode levar a explosões e incêndios — porque o líquido do electrólito é inflamável» («Novas baterias de lítio chegam em cinco anos com marca portuguesa», Luísa Pinto, Público, 9.04.2018, p. 14).

      Uma grande trapalhice mal escrita: na mesmíssima frase, «iões» e «íons». O «causar causando» também mostra bem a falta de releitura e revisão. Dendrito, nesta acepção, há um ano ainda não estava no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, fomos nós que, a 11 de Maio de 2017, aqui sugerimos a sua inclusão nos dicionários. Um leitor anónimo e precipitado (uma desgraça nunca vem só), e os leitores deviam ter o triplo do cuidado, ainda respingou: «Depende do dicionário. Dendrito vem no Houaiss, Aurélio, Aulete, Priberam...» E os eléctrodos não estão trocados? Eu pensava que o ânodo ou anódio era o positivo + e o cátodo ou catódio era o negativo -, mas posso estar enganado.

 

[Texto 9022]

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