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Linguagista

Confusões: «ir às malvas | mandar às malvas»

Se houvesse revisão...

 

      «Quando as religiosas chegaram ao Porto, ainda não havia a Igreja e a Torre dos Clérigos. Por aquele tempo, o sítio onde a torre e a igreja foram construídas “era medonho”, segundo revela Firmino Pereira no seu muito interessante livro “O Porto d’outros tempos”. Era designado por Chão da Cassoa, uma “língua de terra” que ligava ao Campo das Malvas, também conhecido por Adro dos Enforcados, por ser nesse terreno que, desde remotos tempos, até 1796, eram enterrados os corpos dos justiçados, isto é, dos facínoras que morriam na forca e os presos que morriam nas cadeias. No nome do Campo das Malvas, mas especialmente na utilidade que lhe davam, encontramos a explicação para aquela expressão muito popular de “mandar (alguém) para as malvas”» («Carmelitas», Germano Silva, Jornal de Notícias, 11.08.2024, p. 13).

      Infelizmente, Germano Silva confundiu duas expressões, ambas com a palavra «malva»: ir às malvas, que significa ir para o cemitério, morrer, e mandar às malvas, isto é, mandar bugiar.

[Texto 21 169]