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Linguagista

«De mais/demais»

Uma coisa infernal

 

      Já num Boletim da Academia das Ciências de Lisboa datado de 1920 se falava no plebeísmo «hades» por «hás-de», erro inconcebível que nunca vi em revisão que tivesse feito. No entanto, acho bem que figure em livros sobre erros de português. Deste jaez, arranjam-se, não 500, mas 5000 erros, porque há mais formas de errar do que de acertar. Um par que dá muito trabalho aos autores e aos revisores é de mais/demais. Como em muitas outras situações, porém, um pouco mais de reflexão, e chegavam lá. Um pouco mais de sol — e fora brasa. Ainda ontem topei com este: um marido que não queria saber «se ela [a mulher — ou seria a amante?] comia demais, se de menos». Ora, ora, como é que a «de menos» se pode contrapor «demais»? E, no demais, tirando outras escorregadelas igualmente imperdoáveis, a escrita até era escorreita.

 

[Texto 6263]

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