Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Linguagista

Definição: «Páscoa»

É fazer as contas

 

      «A regra para a celebração da Páscoa foi estabelecida há exactamente 1700 anos no Concílio de Niceia: a ressurreição do Senhor celebra-se no domingo depois da lua cheia do equinócio da Primavera. O desacerto vem do facto de a comunhão ortodoxa seguir o calendário juliano e as Igrejas do Ocidente usarem o calendário gregoriano que o substituiu em 1582. O mês, entre os dois calendários, começa com uma diferença de treze dias. Por isso, a data da Páscoa varia entre 22 de Março e 25 de Abril segundo o calendário gregoriano e 4 de Abril e 8 de Maio segundo o juliano» («Páscoa unida», José Vieira, Além-Mar, Maio de 2025, p. 13).

      É mais comum dizer-se equinócio da Primavera (ou vernal) do que «equinócio de Março», como faz a Porto Editora na definição de Páscoa: «RELIGIÃO festa anual dos Cristãos para comemorar a ressurreição de Jesus Cristo, celebrada no primeiro domingo após a lua cheia seguinte ao equinócio de Março, podendo ocorrer entre 22 de Março e 25 de Abril». Por isso, proponho: Páscoa RELIGIÃO festa anual cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo, observada no primeiro domingo após a primeira lua cheia posterior ao equinócio vernal, que por convenção eclesiástica é fixado a 21 de Março, podendo calhar entre 22 de Março e 25 de Abril.

      O equinócio vernal referido na definição corresponde a uma data convencional adoptada pela Igreja para efeitos do calendário litúrgico, e não ao equinócio astronómico real, que pode variar ligeiramente de ano para ano. Desde o Concílio de Niceia (325), essa representação eclesiástica do equinócio é fixada a 21 de Março, servindo de referência para o cálculo da data da Páscoa. Este cálculo baseia-se em ciclos solares e lunares simplificados e numa tabela eclesiástica das luas cheias, não coincidindo necessariamente com as fases reais da Lua. É o chamado Computus, que rege também outras festas móveis do calendário cristão.

[Texto 21 191]