«Desescalar»?
E já passaram três horas
«Ouvido pela RTP, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva lembrou “que na Coreia do Norte reside uma das maiores ameaças não só à estabilidade regional como à segurança em todo o mundo, pelo que tudo o que possa significar desescalar a tensão e repor as coisas no carril da negociação diplomática é bom”» («“Tudo o que repor as coisas no carril da negociação diplomática é bom”», Teresa Alves, TSF, 21.04.2018, 16h45).
O ministro disse bem, pois claro — mas reparem no título: «Tudo o que repor as coisas no carril da negociação diplomática é bom». Teresa Alves, ainda está a tempo, corrija. Mas, e aquele «desescalar» do ministro? Também podia ser pior, respeita o processo de formação dos vocábulos em português, e o sufixo des- é dos mais produtivos. De quando em quando, vejo-o na imprensa espanhola, mas não está ainda no Dicionário da Real Academia Espanhola. Seja como for, a inspiração está no inglês de-escalate, «to reduce the level or intensity of (a crisis, etc.)».
[Texto 9087]